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Pacientes oncológicos devem estar com vacinas em dia, alerta médico

Para uma imunização mais efetiva, a recomendação é fazer a atualização do cartão de vacinação entre duas e quatro semanas antes do início do tratamento

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Pacientes oncológicos devem estar com vacinas em dia, alerta médico
(Foto: Ednilson Aguiar /O Livre)

A vacinação é uma das ferramentas mais importantes para a proteção individual e coletiva contra as doenças infectocontagiosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina é responsável por evitar entre 4 e 5 milhões de mortes, a cada ano, no mundo. Criado pelo médico Edward Jenner, o primeiro imunizante surgiu no século 18, quando a varíola era a maior ameaça da humanidade. De lá para cá, a ciência não parou e novas vacinas foram criadas.

Quem se vacina diminui as chances de contrair enfermidades e ainda protege seus amigos e familiares, pois diversas doenças infecciosas são transmitidas por contato ou pelo ar. Quando o público a ser vacinado é um paciente em tratamento oncológico, a atenção sobre o assunto deve ser redobrada.

Com a palavra, o oncologista clínico da Oncomed-MT, Giulliano Castiglioni, que tem mestrado na área de imunização de pessoas com câncer e traz importantes esclarecimentos sobre o tema.

(Foto: Assessoria)

Quem deve se imunizar?

O especialista explica que o assunto não é muito comentado, mas a atualização da carteira vacinal é importante, principalmente, para os pacientes que estão em quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo. “Os tratamentos provocam uma diminuição da imunidade, facilitando a contaminação por doenças infectocontagiosas, que podem causar internações e até levar a óbito.”

Quando vacinar?

Para uma imunização mais efetiva, a recomendação é fazer a atualização do cartão vacinação duas a quatro semanas antes do início do tratamento. Ainda sobre o assunto, o oncologista disse que os imunizantes também podem ser aplicados em quem já está em tratamento, porém o paciente deverá tomar a dose de reforço posteriormente. “O reforço potencializa a resposta imunológica”.

Covid-19

O médico destaca que os pacientes oncológicos devem atualizar o cartão de vacinação contra a Covid-19, devido a pandemia. Porém, ele deve ficar atento ao tipo da vacina. A recomendação é para aplicação do imunizante de vírus morto e não atenuado.

“Atualmente, os pacientes recebem as vacinas de vírus ou bactérias inativadas conforme sua faixa etária, segundo determinação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). As vacinas contra a Covid-19 são consideradas de vírus inativados, com isso não há contraindicação do uso de nenhuma vacina presente no Brasil para o paciente imunossuprimido. O melhor momento para tomar a vacina deve ser definido conforme avaliação do oncologista que acompanha o paciente.”, explica Castiglioni.

“Durante o tratamento oncológico, se fizermos a vacinação com vírus ou bactérias atenuadas, podemos desenvolver a doença no paciente. Então, temos que levar em consideração isto e observar qual vacina deve ser indicada”.

Terceira dose

O médico ressalta que pacientes oncológicos são indivíduos de maior risco de desenvolverem quadro grave da Covid-19, por isso eles devem se imunizar contra o vírus.
“Devido essas pessoas estarem em tratamentos imunossupressores, as duas doses que foram aplicadas primeiramente podem não ter sido suficientes para dar uma resposta imune adequada no organismo. Conforme orientação da OMS e SBOC, a terceira dose é indicada para os pacientes com câncer. Segundo a portaria do Ministério da Saúde existe a indicação, desde setembro de 2021, da aplicação da vacina com RNA mensageiro (Pfizer) e, alternativamente, das vacinas com vetor viral (AstraZeneca ou Janssen)”.

Antitetânica e H1N1

A vacina tríplice bacteriana (dTpa) também é recomendada para ser realizada nos pacientes imunossuprimidos, lembra o médico. “A vacinação deve ocorrer duas a quatro semanas antes do início do tratamento oncológico”, completa. Caso o paciente já tenha o esquema vacinal completo, o oncologista orienta realizar um reforço com a vacina dTpa a cada 10 anos. “Se o esquema estiver incompleto, a indicação é a aplicação de uma dose de dTpa seguido de outras três doses de vacina dupla bacteriana do tipo adulto (dT). Se o indivíduo tiver o histórico desconhecido é indicado realizar o esquema completo para a vacina tríplice bacteriana”.

Já a vacina contra a Influenza H1N1 é indicada para todos os pacientes oncológicos, com necessidade de imunização anual, como recomendado à população em geral.

(Da Assessoria)

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