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Outubro Rosa: atividade física ajuda a reduzir câncer de mama

Pesquisa aponta que cerca de 13% dos casos poderiam ser evitados com mudança de hábitos.

6 minutos de leitura
Outubro Rosa: atividade física ajuda a reduzir câncer de mama
(Foto: Pixabay / Pexels)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que cerca de 13% dos casos de câncer de mama em 2020 no Brasil poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida. Com atividade física regular, cerca de 8 mil pessoas poderiam ter evitado o desenvolvimento da doença. 

A ginecologista e coordenadora da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Rosa em Cuiabá, Michelle Rocha, afirma que é possível diminuir as chances de se desenvolver o câncer de mama com a redução de fatores de risco.

“Entre os desafios para uma mudança de cenário está o fato de que muitas mulheres não percebem a ausência de atividade física como fator de risco. Por isso, quisemos dar exemplo, pois o desafio da mudança de hábitos deve ser aceito por todos, inclusive pelos médicos”, afirmou Michelle Rocha, uma das organizadoras do evento. A equipe médica do Santa Rosa tirou a manhã para fazer uma aula de spinning, ou seja, de bicicleta, num alerta simbólico para essa importância.

O que é verdade ou não?

A médica ginecologista aproveita ainda para esclarecer mitos e verdades sobre a doença que ainda fazem parte do imaginário das pessoas.

Amamentar reduz as chances de desenvolver o câncer de mama?

Sim, a amamentação é um fator importante de proteção. Durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem na mulher.

Pacientes com câncer de mama podem amamentar?

Durante o tratamento oncológico, a mulher não pode amamentar, sob risco de passar a medicação pelo leite e chegar até o bebê.

(Foto: Dominika Roseclay / Pexels)

Existe alguma relação do uso de anticoncepcionais com o câncer de mama?

A associação entre uso de contracepção hormonal e câncer de mama vem sendo discutida há vários anos. Há alguns estudos publicados que não mostram associação de contracepção hormonal com câncer de mama. Naqueles em que houve associação positiva, o impacto foi um pequeno incremento de risco. Atualmente, há métodos de contracepção seguros e sem hormônios, mas o ideal é que a mulher verifique os benefícios e a indicação do uso de anticoncepcionais com seu médico(a) ginecologista.

 A vida sexual da mulher pode ser impactada pelo câncer de mama?

Câncer de mama é uma doença agressiva e traz consequências severas à mulher, em especial nos seus hábitos de vida anteriores à doença. Como consequência dos tratamentos, pode acontecer atrofia vaginal, incontinência urinária e alguns problemas que ocorrem na menopausa.

O laser vaginal é uma técnica que pode ser utilizada para auxiliar a mulher. Por meio da emissão de ondas eletromagnéticas, o laser devolve a elasticidade e a lubrificação do órgão genital feminino, melhorando a atrofia.

Quando a mulher se sente apta e preparada para retornar a vida sexual, pode-se proporcionar uma recuperação adequada para que não haja dor e outros incômodos, melhorando a autoestima e conforto da mulher na relação sexual. 

Prevenir o quanto antes

(Foto: Cottonbro / Pexels)

Contudo, quando se fala em prevenção, o principal aliado é o exame de mamografia, alerta a Rocha.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda iniciar a mamografia a partir dos 40 anos, anualmente. A mamografia de rotina é o método mais eficaz para o diagnóstico precoce do câncer de mama, possibilitando a cura em mais de 90% dos casos. Segundo o Inca, a mamografia periódica permite uma redução de cerca de 30% na mortalidade por câncer de mama em mulheres de 40 a 69 anos. 

“Mulheres com casos de câncer de mama e/ou ovário na família, em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha), devem iniciar os exames mais cedo. A recomendação é realizar a mamografia até os 69 anos”, reforça o médico oncologista do Hospital Santa Rosa, Willian Camarço. 

Sobre o autoexame, Camarço explica que ele é importante, mas não é suficiente para detectar nódulos menores e tumores não palpáveis. “O autoexame serve para a mulher se conhecer. Ele deve ser visto como um recurso a mais. Mas é fundamental ter acompanhamento médico regular e fazer exames de imagem”, explica o médico. 

(Foto: Cottonbro / Pexels)

Camarço destaca ainda que nem todo nódulo é câncer, e que somente um médico pode dar um diagnóstico preciso. O autoexame deve ser feito 7 dias após a menstruação, para as mulheres que menstruam, ou sempre no mesmo dia do mês, para as que não menstruam.

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Estimativa de casos

De acordo com o Inca, no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres, representando cerca de 30% do total de diagnósticos de cânceres entre este público. Para o ano de 2021, foram estimados mais de 66 mil casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.

Em Mato Grosso, a taxa prevista é de 33,04 novos casos para cada 100 mil mulheres no estado.  O que representa cerca de 560 novos casos de câncer de mama ao ano.

De acordo com o médico oncologista e coordenador do serviço de oncologia do Hospital Santa Rosa, Dirceu Costa, outro dado muito importante e que chama atenção é que cerca de 47% das mulheres no Brasil deixaram de marcar consultas com ginecologistas ou mastologistas em decorrência da pandemia da Covid-19.

(Foto: Cottonbro / Pexels)

O levantamento, realizado entre os dias 7 e 23 de setembro de 2021, foi conduzido pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) a pedido da farmacêutica Pfizer. E envolveu 1.400 pessoas das cidades de São Paulo, Belém, Brasília, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro.

(Com assessoria)

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