Mato Grosso

Operação Quadro Negro: lousas digitais não funcionavam e software era falsificado

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Operação Quadro Negro: lousas digitais não funcionavam e software era falsificado
Polícia Civil concedeu entrevista coletiva após o cumprimentos de todos os mandados (Foto: Camilla Zeni / O LIVRE)

Irregularidades “gritantes”, a compra de lousas digitais que não foram entregues e de um software para professores que, no lugar de informações sobre Mato Grosso, contavam a história de São Paulo.

Esse foi o resultado de contratos que somaram aproximadamente R$ 10 milhões, firmados pelo Centro de Processamento de Dados do Estado (antigo Cepromat) – hoje Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI). O caso deu origem à Operação Quadro Negro, deflagrada na manhã desta terça-feira (22).

A investigação contou com a colaboração do ex-governador Silval Barbosa e do ex-secretário de Estado Pedro Nadaf – que firmaram delação premiada –, mas teve andamento graças a uma auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado (CGE), em 2014.

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Além das lousas digitais – que não existem já que as escolas ainda usam o chamado quadro negro -, foram comprados programas de computador para auxiliar os professores na elaboração de suas aulas.

Todo o material deveria ser entregue a escolas de educação básica. Uma parte até chegou, mas os sotfwares não rodavam nos computadores. De acordo com os delegados do caso, os itens eram falsificados.

Dois ex-presidentes do Cepromat foram presos: Wilson Celso Teixeira, o Dentinho, e Djalma Soares. Os contratos foram fechados pelo governo do Estado com a empresa Avançar Tecnologia em Software, cujo dono, Weydson Soares Fonteles, foi um dos alvos da operação.

Quem atestou o recebimento dos produtos foi o ex-secretário-adjunto de Administração Sistêmica da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Francisvaldo Pereira de Assunção, também preso.

“Parasitas do estado”

Em entrevista coletiva após as prisões, o delegado Anderson Veiga chegou a classificar o grupo criminoso como “parasitas do Estado”.

“Pessoas que praticamente desviaram aí R$ 10 milhões, corrigidos nos valores atuais, sem sequer uma contraprestação para a atividade de Educação em Mato Grosso”, disse.

Já o delegado Luiz Henrique Damasceno destacou que o contrato foi firmado com a única função de desviar recursos públicos.

O beneficiário era o empresário e dono de factoring Valdir Piran. Ele foi preso preventivamente em Brasília (DF) e teve diversos bens apreendidos.

O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), por meio de análise financeira, identificou que os recursos pagos para a empresa Avançar eram repassados a Valdir Piran por meio de pessoas interpostas.

Segundo o delegado, porém, não significa dizer que essas pessoas também faziam parte da organização criminosa. Até o momento não há indícios que apontam para isso.

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