Mato Grosso

Taques questiona operação deflagrada 30 dias antes da eleição: “já foram 14 edições do programa”

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Taques questiona operação deflagrada 30 dias antes da eleição: “já foram 14 edições do programa”
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

O governador e candidato à reeleição Pedro Taques (PSDB) minimizou as investigações da Operação Catarata, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta segunda-feira (3), para apurar possíveis fraudes nos contratos da Caravana da Transformação – o maior programa assistencialista do governo do Estado.

Taques garantiu que todos os documentos estão públicos desde 2016 e que foram auditados. Preferiu ainda deixar que a “população avalie” a credibilidade da operação.

[featured_paragraph]“A caravana existe desde 2016. Todas as edições o Ministério Público e o Tribunal de Contas são convidados por ofício. Ao final de cada edição nós mandamos um documento com todos os gastos para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas”, explicou o governador, durante encontro dos candidatos 2018, realizado pela Famato nesta segunda-feira.[/featured_paragraph]

O tucano questionou o fato do Ministério Público do Estado (MPE) deflagar uma operação para apurar irregularidades da Caravana 30 dias antes das eleições, sendo que já foram realizadas 14 edições do programa.

Segundo o governador, a equipe técnica da Caravana deverá prestar contas ainda nesta semana – e conceder uma coletiva de imprensa. Taques destacou ainda que, em todas as edições, além do coordenador do programa, são convidados também juízes dos municípios para participarem.

“Fazemos um relatório com todos os gastos. É tudo auditado pelo SUS, Datasus, Vigilância Sanitária, e vem uma operação a 30 dias das eleições”, completou.

Mais cedo, quando foi surpreendido com mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o secretário Luiz Soares, chegou a sugerir o caráter eleitoreiro da investigação. Quanto a declaração feita por Soares, Taques disse que “o cidadão é quem vai avaliar isso”.

Operação Catarata

De acordo com o promotor de Justiça Mauro Zaque, responsável pela investigação, a operação foi deflagrada após denúncia formalizada pelo Conselho Estadual de Saúde. O alvo seria contratos irregulares firmados pela Caravana da Transformação com a empresa 20/20 Serviços Médicos S.S, com sede em Ribeirão Preto (SP).

Em conversa com a imprensa no intervalo das oitivas, o promotor confirmou a existência da denúncia de que pode ter acontecido “cirurgias fantasmas”. Isto é, o governo afirma que realizou 70 mil cirurgias de cataratas. No entanto, conforme o representante do Ministério Público, há indícios de que muitas delas sejam fraudadas, uma vez que já há “indício de pessoas que constam na relação como se tivessem feito cirurgias e que alegam que não foram operadas”.

Nesta segunda-feira, já foram ouvidas quatro pessoas ligadas à Secretaria de Estado de Saúde. Ao longo da semana ainda deverão ser ouvidas outras 11, dentre elas o secretário Luiz Soares.

Também foram apreendidos diversos documentos, conforme o promotor, que poderão embasar a investigação do Ministério Público.

O promotor também observou que a empresa apontada nas denúncias apuradas pelo Gaeco também já é investigada em outro estado por fraude. Até o momento, conforme levantamento do LIVRE, a 20/20 Serviços Médicos S.S já recebeu R$ 42 milhões do Governo do Estado pelos serviços prestados. A Justiça Estadual, porém, já determinou a suspensão do contrato e o pagamento de quaisquer valores à empresa, e decretou também o bloqueio de bens do secretário Luiz Soares e do proprietário da empresa.

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