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OMS alerta para risco de proliferação

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OMS alerta para risco de proliferação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco de uma proliferação da febre amarela pela América do Sul por transmissão de animais. Segundo a entidade, o vírus pode ser levado para Argentina, Paraguai ou Venezuela.

Em informe publicado nesta sexta-feira, 3, a entidade destacou que apenas o Brasil, por enquanto, tem casos confirmados do surto. No Peru e na Colômbia, os dados apontam apenas para “possíveis casos”. Ainda assim, a OMS insiste que não recomenda que governos estabeleçam uma restrição de viagens para locais com o surto confirmado.

O alerta sobre o risco de proliferação pela região derivou do registro de 1,2 mil animais mortos em diversas regiões do Brasil por mais de 400 doenças epizooticas (que afetam vários animais em uma mesma região). Os estudos já confirmaram que 259 deles haviam sido contaminados pela febre amarela. “A ocorrência de doenças epizooticas em Roraima, fronteira com a Venezuela, assim como no Mato Grosso do Sul e Paraná, na fronteira com a Argentina e Paraguai, representa um risco de circulação do vírus a países fronteiriços, especialmente em áreas em que se compartilha o mesmo ecossistema “, indicou.

Para a OMS, porém, nada disso justifica qualquer tipo de barreiras a viagens. “A Organização Panamericana de Saúde e a OMS não recomendam qualquer tipo de restrições de viagem ou no comércio para países onde exista um surto neste momento de febre amarela “, destaca o relatório.

Por enquanto, a OMS aponta que não existem indícios de que o mosquito Aedes aegypti esteja implicado na transmissão do atual surto. “Entretanto, o potencial risco de uma reurbanização não pode ser descartado”, aponta.

Vacina
Na avaliação da entidade, governos precisam começar a estocar vacinas contra a febre amarela, assim como desenhar mapas das regiões que deveriam receber as doses de forma prioritária. O motivo: “a limitação na disponibilidade de vacinas”.

Dada essa situação, a OMS “recomenda que autoridades nacionais conduzam avaliações sobre a cobertura de vacinação contra a febre amarela em áreas de risco para poder focar a distribuição das vacinas”. “Além disso, é recomendado que se mantenha um estoque de vacinas em um nível nacional para responder a possíveis surtos”, disse.

“A medida mais importante de prevenção é a vacina”, diz a OMS, que sugere que isso seja feito em campanhas de imunização, seja de forma sistemática, para regiões afetadas ou para viajantes que estejam pensando em ir a zonas afetadas.

A entidade insiste que a vacina disponível no mercado é “segura e barata” e garante uma imunidade, num período de dez dias, de 80% a 100%. Segundo a OMS, essa taxa chega a 99% para vacinas de 30 dias. “Uma só dose é suficiente”, afirma, apontando que o governo brasileiro já distribuiu 7,8 milhões de doses.

Mortes
Até o dia 2 de fevereiro, a entidade somou 901 casos relatados no Brasil, sendo 151 confirmados e 708 sob investigação. Outros 42 deram resultados negativos. Desse total, a OMS aponta para 143 mortes, das quais 54 foram confirmadas como tendo sido causadas pela febre amarela, contra 86 sob investigação.

A taxa de mortalidade também chama a atenção da entidade. Na média, o índice de fatalidade é de 16%. Considerando contudo apenas os casos confirmados, ele chega a 36%.

Segundo o relatório, no Brasil, cinco estados já foram afetados : Bahia (10 casos), Espírito Santo (67), Minas Gerais (802), São Paulo (7) e Tocantins (4). Em São Paulo, porém, o índice de mortalidade é de 43%, contra apenas 12% no Espírito Santo.

Em números absolutos, a OMS aponta para 48 mortes em Minas Gerais, 3 em São Paulo e 3 no Espírito Santo.

Estados Unidos
O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) emitiu um alerta para os cidadãos americanos em relação ao surto de febre amarela no Brasil. O alerta de nível 2, escala intermediária de “precauções avançadas”, não sugere o cancelamento de viagens, mas indica que americanos interessados em viajar para o país devem buscar vacinação.

No texto, a agência de saúde americana destaca que o surto teve início em dezembro de 2016 e afeta principalmente áreas rurais. Informa também que a maioria dos casos foi registrada em Minas Gerais e que alguns resultaram em morte. O alerta aponta que qualquer pessoa com 9 meses ou mais que viaje para áreas com risco de contaminação deve ser vacinada.

Verba extra
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira, 2, a antecipação de recursos para ações de prevenção e vigilância, além de um bônus para que a vacinação contra a febre amarela seja reforçada. O País vive a pior epidemia da doença desde a década de 1970.

Para tentar bloquear o avanço da febre, a pasta liberou verba para municípios considerados prioritários. Serão repassados R$ 13,885 milhões para ações de reforço da vacinação realizadas a partir de janeiro em 256 municípios de Minas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. Será feito também adiantamento de 40% nos recursos extras para ações de vigilância em saúde, de R$ 26,3 milhões. Esse recurso tradicionalmente é encaminhado às prefeituras a partir de abril.

Além disso, a previsão é de ressarcir despesas extras locais para tratamento de pacientes. “Tudo o que for necessário para novos leitos, para contratação de médicos, será ressarcido”, afirmou o secretário de Atenção à Saúde, Francisco Figueiredo.

Até agora, foram aplicadas pouco mais de 1,2 milhão de doses em 185 municípios atingidos – o equivalente a 90% da cobertura vacinal.

(Com Agência Estado)

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