O jogo entra na fase final desta etapa, com as peças se alinhando e os jogadores, quando convém, combinando seus movimentos. Os passos estão decididos e agora escolhe-se o “tempo certo”. A mudança dos parâmetros globais foi acatada. Jogadores menores não estão sendo considerados.

Os EUA e a Rússia vetaram a mesma resolução do Conselho de Segurança da ONU, fato inédito desde que o órgão fez sua primeira reunião em janeiro de 1946  – vide. Ambos impediram os europeus de condenar o avanço da Turquia no norte da Síria. Ademais, mais de 60 países importantes estão parando de pagar suas contribuições à ONU, que está entrando em grave crise financeira – vide. Vetos combinados e asfixia econômica.

Informações classificadas sobre tecnologias de uso restrito estão se tornando públicas através de registro de patentes. É um “disclosure” parcial – vide. Este movimento faz parte da finalização desta fase.

A alta probabilidade de um colapso econômico maior que o de 2008, antecipado pela desdolarização e hedge em ouro, gerou um anúncio inusitado. Um dos mais antigos e tradicionais Bancos Centrais da Europa, o Banco Central da Holanda ou De Nederlandse Bank (DNB), acaba de divulgar um comunicado em que ele exalta o valor do ouro como reserva de valor afirmando: “O DNB possui mais de 600 toneladas de ouro. Uma barra de ouro sempre mantém seu valor. Crise ou não. Isso dá uma sensação segura. A posse de ouro de um banco central é, portanto, um farol de confiança”.

O DNB segue informando a sua posição financeira em ouro, claramente querendo tranquilizar o mercado, quando diz: “O cofre de ouro do DNB contém 15.000 barras de ouro. Com um valor superior a 6 bilhões de euros. Esse ouro representa um terço (31%) do total de reservas de ouro do DNB”. Deixa claro, portanto, que suas reservas totais ultrapassam 18 bilhões de euros. Por fim ensina: “Ações, títulos e outros valores mobiliários: existe um risco para tudo. Se as coisas derem errado, os preços podem cair. Mas, crise ou não, uma barra de ouro sempre tem valor.”. Infelizmente estas lições antigas e sólidas o Governo Brasileiro ignora completamente.

Mas não para aí, pois um pouco mais a frente, sem rodeios manda o recado: “Se todo o sistema entrar em colapso, o estoque de ouro fornece uma garantia para começar de novo”. Obviamente há neste comunicado a admissão implícita de que o sistema pode entrar em colapso e avisa que o DNB está preparado para a crise – vide. Todos entenderam a sinalização.

No gráfico abaixo é possível visualizar que na maioria das crises o ouro teve seu valor preservado:

Mesmo grandes empresas de comunicação vem destacando a disparada de compra de ouro pelos Bancos Centrais, como nesta matéria do Financial Times – vide.

A divulgação quanto a recessão agora chega a grande imprensa, como naquela famosa anedota que diz: “o gato subiu no telhado……”. A Reuters divulgou que a “Economia global desacelera, risco de recessão está na balança” – vide. A Bloomberg vai mais longe e diz que “A cura da próxima recessão pode ser pior do que a doença” referindo-se aos riscos associados à combinação de crescimento fácil do crédito e estímulo fiscal insuficiente – vide. A CNBC alerta que os estadunidenses não estão preparados para a recessão – vide.

Uma matéria no Infomoney de 17/10/19 intitulada “FMI alerta para o risco de uma crise financeira” parece ter elevado o tom ao afirmar que: “O risco de calote de vários grupos não financeiros é parte do cenário sombrio desenhado em três relatórios apresentados nos últimos dois dias”. E acrescenta: “Dezenove trilhões de dólares poderão ficar impagáveis, nos próximos dois ou três anos, se a piora das condições econômicas, já em curso, pressionar grandes devedores nos oito maiores mercados, adverte o Fundo Monetário Internacional (FMI)”  – vide.

Como visto acima o cenário agora já está sendo anunciado.

Por outro lado, os movimentos militares tornam a cada dia o jogo no Oriente Médio mais delicado. Na Síria alianças antes julgadas impossíveis se realizam abruptamente. A antiga Constantinopla, dia após dia, se antagoniza com vários jogadores expondo-se a sérios riscos.

Na América o jogo segue para momentos de clímax. Nos EUA os sinais de confronto aberto se robustecem na proporção da radicalização política. O temperamento de Trump não encoraja pensar que haverá água fria neste processo, pelo contrário. Todos os preparativos para um confronto de grandes proporções estão em fase adiantada de preparação, como já mostrei em artigos anteriores. Nos países latinos a convulsão social se inicia. A insípida onda de violência que assola países do continente faz parte do jogo secundário. Peru (30/09), Equador (08/10), Honduras (10/10), México (18/10) e Chile (20/10) tem experimentado agitações populares significativas. Paraguai, Argentina e Brasil estão na fila. Nisso não há nada de espontâneo. Um movimento mais intenso, profundo e vasto está à espera de um potente “detonador”, que será oferecido por uma crise econômica em gestação. A mídia, sindicatos, ONGs, movimentos sociais e estudantis etc…. estão apenas aguardando o start. Agentes infiltrados repassam o know-how necessário e instrumentalizam o processo. A esquerda se reinventa, se reagrupa, num novo organismo chamado Grupo de Puebla – vide https://progresivamente.org/ e https://www.institutolula.org/lula-e-dilma-se-unem-ao-grupo-de-lideres-progressistas. São apenas peões do jogo maior, mas tem seu papel a cumprir.

Comecei a escrever a série Xeque-mate em julho/2019. Tem um antigo adágio que diz: “Quem avisa amigo é”.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas” – Sun Tzu em “A arte da Guerra”.

O efeito dominó começou, na medida que a cada movimento um novo dominó cai e empurra outro para a queda seguinte!

Todo jogo acaba ou muda de fase. O xeque-mate se aproxima.

Luiz Antonio Peixoto Valle é Professor e Administrador de Empresas.

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