O jogo maior gera outros jogos menores, com jogadores de menor relevo, que o complementam e contribuem para sua consecução. Via de regra temos tratado nos artigos da série Xeque-mate do Grande Jogo, que é quem determina, no final, o resultado de todos os outros.

A economia de um país pode ir bem, ter um excelente potencial e apresentar sinais de expansão, mas enquanto for dependente da economia mundial e do sistema financeiro internacional, ela terá seu destino atrelado ao jogo maior. Este é exatamente o caso da economia brasileira. Ela não é autônoma, na verdade é incapaz de determinar o seu próprio destino a curto prazo.

Os sinais e evidências apresentados nos artigos são fatos. Sobejam referências e fontes abertas com credibilidade, que podem ser verificadas a qualquer momento, notadamente autoridades e executivos internacionais.

Foram citados na série de artigos pessoas de nível inquestionável, tais como: Robin Winkler que é o estrategista de câmbio do Deutsche Bank; Stuart Delery do Departamento de Justiça dos EUA; James Simons do RenTec; Michael Cembalest do J.P.Morgan; Rudiger Dornbusch do MIT; Elizabeth Warren candidata à presidência dos EUA; Mark O’Byrne executivo da corretora líder mundial de compra e venda de ouro Gold Core Mark; Rick Rieder (CIO) da Blackrock (um dos maiores fundos de investimento do mundo); Dr. Michael Burry – imortalizado no filme “The Big Short”; Mark Cabana estrategista de taxas do Merrill Lynch do Bank of America; Judy Shelton indicado para o FED (Federal Reserve); Jeff Currie do Goldman Sachs; David Rosenberg economista-chefe e estrategista de Gluskin Sheff; Quincy Krosby estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial; Kristalina Georgieva diretora do FMI; Alan Greenspan ex-presidente do FED; Mark Carney Chefe do Banco da Inglaterra e Agustin Carstens Chefe do BIS, dentre outros. Além destes citamos diversas vezes reportagens de veículos de comunicação, tais como The Guardian, BBC, Wall Street Journal, CNN, The New York Times, Bloomberg, CNBC, Miami Herald, Financial Times, Infomoney e Reuters, para não citar vários sites governamentais também referenciados, bem como gráficos ilustrativos.

Logo, não faltam fontes confiáveis citadas onde tudo pode ser checado e o leitor chegar à sua própria conclusão.

Aqueles que quiserem aprofundar seus estudos podem também ler as obras de James Rickards, notadamente o livro “A Grande Queda”. Ele é autor de vários best-sellers e consultor da Comunidade de Inteligência dos EUA e do Departamento de Defesa.

Ray Dalio, fundador e co-chief investment officer da Bridgewater Associates — o maior Fundo de Hedge do mundo, recentemente fez ponderações muito interessantes sobre a questão da liquidez no sistema e a incapacidade dos fundos de previdência honrarem as pensões e assistência médica, tendo dito que: “O mundo enlouqueceu e o sistema está quebrado” – vide.

Este “fenômeno” é mundial, e não está restrito ao sistema ocidental. Na China, a rápida expansão do crédito de forma descuidada está gerando uma crise de carteiras repletas de créditos podres, o que vem abalando a credibilidade do sistema. Esta crise tem vitimado, inicialmente, bancos regionais, mas se a falta de credibilidade se espalhar poderá levar a uma onda de saques que atingirá o “coração” do sistema. Tudo começou em maio e o primeiro foi o Baoshang Bank, depois o Bank of Jinzhou; logo após o Heng Feng Bank, com 1,4 trilhão de yuans em ativos, todos tendo sofrido “intervenções” silenciosas do governo. Todavia, agora um quarto banco sucumbiu, o  Yichuan Bank. O problema é que desta vez não foi “silencioso”, pois os depositantes invadiram as agências do banco, exigindo seu dinheiro de volta. Isso mostrou a Pequim que o pior pode acontecer: uma corrida bancária de saques – vide reportagem do Wall Street Journal em.

Clientes formam filas para sacar seus depósitos no Banco Henan Yichuan – foto WSJ

Portanto, a reformulação do Sistema Econômico e Financeiro mundial não é algo que depende da ação de brasileiros. Nenhuma política governamental ou iniciativa privada de brasileiros tem qualquer influência neste tema.

Nos centros e agências internacionais de relevo, que lidam com Estudos Estratégicos, não se discute “se” vai acontecer, se discute “como” vai acontecer. Todo jogo tem dois lados, existe um jogador que deseja fazer de uma forma mais “suave” e outro não propenso a estes “detalhes”. Este último entende que um certo nível de caos lhe é interessante. Esta tática atenderia a equação estratégica: criar o problema, esperar a reação e oferecer a solução. Qual dos jogadores imporá seu ponto de vista neste xeque? Veremos em breve.

Àqueles que não desejam “ver” restarão as consequências.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas” – Sun Tzu em “A arte da Guerra”.

O efeito dominó começou, na medida que a cada movimento um novo dominó cai e empurra outro para a queda seguinte!

Todo jogo acaba ou muda de fase. O xeque-mate se aproxima.

Luiz Antonio Peixoto Valle é Professor e Administrador de Empresas.

 

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