Existe uma certeza no Brasil de hoje: o aumento da violência contra a mulher. Basta olhar para a mídia para se certificar de que, todos os dias, uma mulher é morta ou agredida pelo simples fato de ser mulher.

Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo de violência da parte de algum homem.

O ápice da violência é o feminicídio, ato de matar uma mulher simplesmente por ela ser mulher. O Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos: ocupa a quinta posição num ranking de 83 nações, segundo dados do Mapa do Violência.

Mas há outras formas de agressão, como assédio, exploração sexual, estupro, abuso doméstico e até racismo.

Fica a pergunta: por que a mulher continua sendo oprimida?

O fator cultural pesa muito. O machismo está enraizado em nosso pensamento. O homem pode tudo. Pode ser namorador. Pode assoviar na rua para uma moça bonita. Pode ter amante. Nesse linha tosca de raciocínio, o homem pode até bater em mulher.

Para piorar, o homem, que até então era o poderoso e provedor, está perdendo espaço para as mulheres, que já são chefes de família de boa parte dos lares do Brasil. Em resumo: enquanto a mulher está cada vez mais independente, o homem está cada vez mais inseguro. Com medo de perder seu papel, ele parte para a violência, a forma mais imediata para impor sua vontade.

Num país que só criou uma lei protetora do sexo feminino em 2006, a Lei Maria da Penha, ainda estamos no estágio embrionário da conquista da igualdade dos gêneros.

Por ora, as maiores armas femininas são a conscientização e a informação. Saber, por exemplo, que o violência quase sempre é praticada pelo parceiro ou algum conhecido significa estar atenta aos primeiros sinais de agressão dentro da própria casa. Se a violência ocorrer, é preciso denunciar, assim que for seguro, e ter maturidade para sair de um relacionamento nocivo.

Isto é apenas o começo.

Mais importante mesmo é criar nossos filhos homens para que sejam conscientes da igualdade dos gêneros. Ainda que o Brasil esteja em meio a uma onda conservadora, a esperança de um mundo mais justo não pode morrer. A ideia de um mundo onde não importa se a roupa é azul ou rosa. Há que se enxergar além da cor e do tecido. Há que se enxergar e respeitar o ser humano, seja ele homem ou mulher.

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