Aos gritos de “o mito chegou”, seguidos pelo berro da vuvuzela, o vendedor ambulante Rodrigo da Silva Braga oferecia bandeiras do Brasil e camisetas estampadas com o nome e o rosto de Bolsonaro.
Ele chegou ao aeroporto Marechal Rondon nesta quinta-feira (19), por volta das 6h, e improvisou um fio de varal para expor os produtos à venda.
“Quer comprar? A bandeira está R$ 40 e a camiseta também está R$ 40. Até agora, eu vendi uns R$ 200, fora o que está no cartão. Vamô comprar que o mito está chegando aí”, ele disse animado à reportagem.
À esquina oposta, também a alguns metros de onde estava a concentração dos apoiadores do presidente, um concorrente oferecia bandeirolas em verde e amarelo e camisetas com a frase “voto impresso e auditável”.
Quando a reportagem do LIVRE conversou com ele, o lucro daquela manhã atípica de trabalho, já estava em torno dos R$ 300.
A localização dos dois empreendedores era estratégica. Por eles, necessariamente passavam as pessoas em fila que queriam entrar em um cercado montado na via lateral de saída do estacionamento do aeroporto.
Eram os apoiadores de Bolsonaro – todos clientes em potencial – que, lá de dentro do cercado, gritavam “mito, mito, mito” a qualquer movimento.
A estimativa de policiais militares que acompanhavam a concentração era que cerca de 300 pessoas estiveram no local.
O vendedor de água que circulava em uma bicicleta também aproveitou o evento. Antes das 9h, já não tinha mais garrinhas nem copos para vender a quem quisesse. Por essa hora, o calor já tinha subido acima dos 30°C.
Foi um movimento rápido, começou e acabou em poucos minutos. O que demorou mesmo foi a espera. Cerca de 10 minutos após Bolsonaro sair a pé pelo estacionamento e se aproximar do cercado para cumprimentar as pessoas, a pequena muvuca já havia se dissolvido.
