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O inferno de Blairo

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O inferno de Blairo

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Blairo Maggi

 

2017 está longe de ser o idealizado politicamente por Blairo Maggi (PP). Quatro episódios registrados desde janeiro deste ano arranham a imagem do senador mato-grossense e ministro da Agricultura.

O empresário deixou o governo de Mato Grosso em 2010 com a imagem consolidada de bom gestor público e logo emendou um mandato no Senado. No ano passado, Maggi subiu mais um degrau na carreira política com a nomeação para o Ministério da Agricultura pelo presidente Michel Temer. Até passou a ser cotado pelo partido, o PP, para uma eventual candidatura à Presidência da República em 2018.

Tudo parecia correr bem, até que chegou 2017.

9 de janeiro 
A Justiça de Mato Grosso determinou o bloqueio de até R$ 4 milhões do ministro e de mais oito acusados de usar dinheiro público para comprar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo. Na mesma ação, Sérgio foi afastado do cargo.

A denúncia é de 2013, oriunda da Operação Ararath, que investiga a movimentação de R$ 500 milhões em crimes contra o sistema financeiro e corrupção. Maggi foi citado nas investigações pelo empresário Júnior Mendonça, mas nada ficou comprovado contra o senador. Ele nega qualquer participação no esquema e se disse surpreso com a decisão judicial de bloqueio.

17 de março
Sob a gestão de Maggi no ministério, a Polícia Federal deflagrou a a operação Carne Fraca para combater a corrupção de agentes públicos federais e crimes contra a saúde. Em pelo menos três Estado, servidores de superintendências regionais da Agricultura recebiam propinas para encobrir problemas em frigoríficos. 

Maggi afastou servidores e determinou a suspensão da produção de carne de algumas empresas. Apesar de não ter envolvimento na operação, o desgaste foi evidente. A repercussão negativa continua, inclusive, com o fechamento de mercados internacionais para a comercialização da carne brasileira. 

21 de março
Uma informação divulgada pelo jornal Valor Econômico apontou que o ministro da Agricultura é alvo de um pedido de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), proposto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O inquérito seria resultado de delações premiadas de executivos da Odebrecht na operação Lava Jato. Maggi diz que é mentira e que não tem envolvimento nenhum. 

31 de março
O ex-deputado José Riva disse à Justiça que, na gestão Maggi, foram feitos pagamentos irregulares para deputados estaduais em troca de apoio político no Legislativo. Segundo Riva, Maggi não concordou com a entrega direta de propina para a base aliada, mas autorizou um aumento no orçamento da Assembleia para a distribuição de uma mesada a todos os parlamentares.

 

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