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O futuro do self-service: restaurantes “seguram as pontas” na pandemia, mas até quando?

No Brasil, 80 mil estabelecimentos deste tipo fecharam as portas. O Livre visitou alguns em Cuiabá e conversou sobre o impacto no setor

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O futuro do self-service: restaurantes “seguram as pontas” na pandemia, mas até quando?
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Sucesso de público até o início da pandemia, os restaurantes por quilo ou self-service podem estar com dias contados. Eles estão incluídos no setor de bares e restaurantes – um dos mais atingidos pela pandemia.

Segundo a Abrasel, associação que representa o setor, 335 mil bares e restaurantes já encerraram as atividades em definitivo no Brasil. Em Mato Grosso, o número é estimado em 9 mil estabelecimentos.

Os empresários que continuam com as portas abertas “seguram as pontas” e enfrentam a crise como podem. Mas, até quando?

Por causa do comércio e dos escritórios, a região central de Cuiabá concentra grande parte dos restaurantes que oferecem o sistema self-service. O home office e as medidas restritivas, porém, reduziram drasticamente a clientela.

“Antes não era assim”

Thaís Fernanda de Paula, 26, trabalha há nove anos como caixa em um restaurante na Rua Pedro Celestino. Às 11h – horário de pico nos restaurantes – da quinta-feira (27), ela aproveitava o movimento fraco para almoçar.

Antes da pandemia, “no mesmo horário, era impossível respirar”, diz ela, caprichando no exagero para dar ideia da queda no movimento.

Movimento caiu 80% em restaurante na região central de Cuiabá (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

“Uma hora dessas, eu não estaria aqui sentada. É a primeira vez que vejo algo assim acontecendo”, complementa. Segundo Thaís, o movimento no restaurante caiu 80% desde o início da pandemia.

Os proprietários encontraram nas férias coletivas para os funcionários e na migração para o serviço de entrega uma alternativa para não fechar as portas.

Aos clientes, a opção foi oferecer um pouco mais de segurança como luvas para manusear conchas e talheres.

“Espero que melhore”

No mesmo ponto há 18 anos, Cleiton Airton, 37, se vê em uma situação parecida. Ele trabalha no restaurante do pai que, em média, atendia 300 pessoas por dia no pré-pandemia. Hoje, o fluxo de clientes caiu 50%, estima.

“Antes tinha fila para entrar. Agora, as pessoas não estão saindo de casa como antes e ficam com receio de comer dentro do estabelecimento, porque precisa ficar sem máscara”, arrisca a achar um motivo para a queda.

Lucro em outro estabelecimento caiu 100%, segundo proprietário (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Como consequência, o lucro do restaurante foi afetado e caiu 100% desde o início da pandemia. E as coisas não estão fáceis para o setor mesmo. De acordo com a Abrasel, o setor tem o quarto pior nível de faturamento entre os outros ramos da economia: – 48%.

Mesmo em um contexto negativo, Thaís, Cleiton e outros funcionários e empresários tentam ser otimistas e esperam que as coisas melhorem em futuro próximo.

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