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O enterro de caixões vazios é fake news; mas, afinal, quem inventa essas histórias?

Encontramos uma lista com 7 perfis de pessoas que costumam passar essas “notícias” para frente

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O enterro de caixões vazios é fake news; mas, afinal, quem inventa essas histórias?
(Foto: Reprodução/Internet)

Se você está na internet, com certeza, já viu alguma publicação sobre os caixões vazios que estariam sendo enterrados em Manaus (AM) só para causar pânico na população quanto à pandemia do novo coronavírus.

As fotos que têm sido usadas, até são verdadeiras, mas não têm nada a ver com a covid-19 ou mesmo com Manaus. Um levantamento da Agência Lupa, especializada em checagem de informações, encontrou a origem dos cliques.

Uma das fotos foi feita há mais de dois anos, no Maranhão, na beira de uma estrada. A outra, na Paraíba, em agosto de 2015. Em ambos os casos, os caixões tinham simplesmente sido abandonados.

As informações são da BBC News Brasil que, nesta sexta-feira (8), também publicou uma entrevista com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB). Segundo ele, em média 120 pessoas têm morrido na Capital do Amazonas por dia.

Antes da pandemia, esse número girava entorno de 20 a 30.

A situação chegou a um ponto que, de acordo com o prefeito, coveiros passaram a ser agredidos pelos familiares dos falecidos.

“O coveiro! O coveiro. Se tivesse que espancar, espancasse o governador, espancasse a mim. Mas o coveiro…”, ele lamentou.

(Foto: Reprodução/Internet)

Mas, então, quem inventa as fake news?

A BBC também fez uma pesquisa sobre isso. O levantamento identificou 7 perfis de pessoas que – mal intencionadas ou não – fazem nascer essas histórias mentirosas que se espalham na internet.

Aliás, de acordo com o filósofo Pablo Ortellado, professor da USP, histórias como as dos caixões vazios só ganham a internet porque pessoas que “negacionistas” – aquelas que não querem acreditar no que está ocorrendo no mundo – às espalham.

1. O piadista

O estudo da BBC constatou que muitas fake news nascem de piadas mal interpretadas. Alguém conta uma história que deveria ser só para fazer graça, mas muita gente acaba levando a sério.

E isso não é de hoje. Em 2011, a “notícia” de que um casal de São Paulo batizou seu filho de Facebookson se espalhou pelas redes sociais como verdadeira. Mas na realidade era tudo invenção do site de humor Sensacionalista.

2. O golpista

Esse tipo de autor de fake news geralmente quer roubar dados – para depois roubar dinheiro – de quem acredita nas histórias que ele conta.

Geralmente, as “notícias” que eles espalham tem a ver com auxílios oferecidos pelos governos e são acompanhadas de algum pedido para clicar em um determinado link. É por meio dele que o vírus que vai copiar seus dados se instala no seu celular ou computador.

3. O político

Aquela velha piada de que políticos sempre estão mentindo sobre alguma coisa ganhou um patamar mais elevado com a disseminação da internet pelo mundo.

De fato, alguns se aproveitam de mecanismos para criar intencionalmente notícias falsas e espalhá-las pela internet. Uma prática que – até o Tribunal Superior Eleitoral já reconhece – ocorre muito nas eleições.

Em tempos de coronavírus, é provável que não seja diferente e os objetivos por trás disso podem ser os mais variados possíveis.

4. Os teóricos da conspiração

É difícil entender o que motiva essas pessoas, mas teorias da conspiração sobre os assuntos mais diferentes imagináveis podem ser encontradas na internet.

Quem se dedica a esse “passatempo” geralmente tem um canal no YouTube e cita muitas fontes supostamente seguras daquilo que propaga. E, às vezes, as fontes são mesmo corretas, mas as informações foram deturpadas ou retiradas de contexto.

5. O profissional

Essa você com certeza já viu. Um áudio circula pelo WhatsApp e, nele, uma pessoa que se identifica como profissional de uma determinada área ou empresa – quando se trata se coronavírus, costumam ser “médicos” ou “enfermeiros” – fala sobre casos que ele viu com os próprios olhos.

Assim como os conspiracionistas, não dá para saber ao certo o que motiva alguém a fazer isso. A única certeza é que alguém vai acreditar.

6. O parente

Aqui a intenção é clara: ajudar alguém da família. E essas pessoas não costumam inventar a fake news, mas apenas repassá-la para mais alguém.

Em alguns casos, a mensagem mentirosa até vai acompanhada de uma ressalva do tipo “não sei se é verdade, mas vai que é…”.

7. As celebridades

O objetivo costuma ser o mesmo do parente – ou do político, ainda que de uma forma um pouco diferente – e, normalmente, as celebridades também não são autoras, mas só propagadoras da fake news.

Pode ocorrer também de elas só terem entendido algo errado, como no primeiro exemplo dessa lista. Afinal, também são humanos.

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