Eleições

O declínio das redes sociais: campanha deve ser mais “tradicional” na pandemia

Depois do fenômeno Bolsonaro, a internet passou a ser vista como pouco confiável pelos marqueteiros

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O declínio das redes sociais: campanha deve ser mais “tradicional” na pandemia
(Foto: Arquivo Agencia Brasil)

Marqueiteros eleitorais apostam nos canais tradicionais de comunicação na campanha deste ano como saída para as restrições impostas pela crise sanitária do novo coronavírus. 

TV e rádio são avaliados como superiores dentre os veículos de comunicação em massa. A internet, que tem uma expectativa frustrada, é vista como mais eficiente somente pelos candidatos menos conhecidos pela população. 

A realização de carreatas e passeatas não está proibida pela Justiça Eleitoral, mas há recomendação de que elas sejam evitadas. A distribuição dos santinhos também está nessa lista. E os marqueteiros admitem: existe a preocupação de que eventuais aglomerações possam ser usadas como críticas pelos adversários.

O publicitário Carlos Rael, responsável pelas campanhas de Emanuel Pinheiro – pai e filho –  às prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, respectivamente, diz que o jornalismo servirá de crivo para checagem das informações que podem ser divulgadas em rede sociais. 

O jornalismo vai ser o grande responsável pela verificação dos fatos, de esclarecer para eleitor o que é fato e o que é mentira na campanha. A TV e o rádio passaram a ter o prestígio reafirmado na pandemia, as pessoas procuram esses veículos para checar as informações”, disse. 

As redes sociais aparecem como a terceira opção na lista de plataforma de propaganda de candidatos. No caso de Carlos Rael, o problema é visto como a “poluição” de vários candidatos que podem pipocar na rede, invadindo o espaço “privado” dos internautas. 

O jornalista Antero Paes de Barros vai um pouco mais longe e diz que o risco das redes sociais está na quantidade de “informações mentirosas” que circulam por lá, com pouca probabilidade de chegar a fonte pelo cidadão comum. 

A internet é um esgoto onde roda muitas mentiras, muitos ataques e ninguém sabe se isso é verdade ou mentira. E as pessoas vão verificar nos sites de notícias, no jornal, na TV, no rádio de sua confiança para saber o que é verdadeiro”, avaliou. 

A projeção dos marqueteiros é que, por causa da situação da pandemia, as propagandas –  de jingles à inserção na TV em horários nobres – devem consumir a maior parte da verba de campanha. 

A onda das lives 

O uso das transmissões ao vivo, popularizadas na pandemia pelos artistas, também deve ser moderado pelos candidatos inicialmente. As dificuldades apontadas para a exploração do serviço virtual são a competição com outras lives no mesmo horário e a fragmentação de público. 

Nas tradicionais passeatas e carreatas, o público que se junta vai desde simpatizantes do candidato a curiosos, que tornam-se eleitor com potencial mais elevado. Nas redes sociais, essa chance é mais escassa. 

Os marqueteiros entendem que, apesar de ser um público amplo, a segmentação é mais forte e com maior dinâmica. O exemplo dado são os acessos a posts em redes sociais e sites de notícias feitos estritamente pelo governo do internauta. 

“É preciso levar em conta ainda que, se tiver um Flamengo e Corinthians no horário da live do candidato ou o show de um cantor popular, já são concorrentes fortes para o público. As lives vão ter que ser pensadas com muita calma”, disse Antero. 

A tendência e que elas sejam uma aposta na reta final de campanha, visto que poderão ser realizadas até o último minuto de propaganda autorizada pela Justiça Eleitoral e com custo bem mais baixo.

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