Finalmente, assisti ao último filme da trilogia Cinquenta Tons de Cinza, o romance erótico que causou furor entre as mulheres do mundo. Sinto informar aos intelectuais de plantão: sou fã da série.
Eu sei, eu sei, parece uma contradição.
Por um lado, vivo sonhando com a igualdade entre homens e mulheres por todos os cantos: na casa, na cozinha, na educação dos filhos e no trabalho.
Por outro, fico encantada com um enredo de amor sadomasoquista?
Como assim?
Pois é, antes que alguém fale que a história é uma afronta à era do movimento #metoo, porque insinua que é ok um homem bater numa mulher, vou esclarecer: se conhecer o romance até o fim, verá que a história está longe de ser tão simples.
No começo, Christian, o jovem milionário dominador, bem que tenta atrair a inocente Anastasia para seu estilo de vida. E temos a impressão de que, sim, é uma via de mão única e só o homem manda, desmanda e tem o poder. Como nos velhos tempos.
Mas Ana, a protagonista que começa ingênua, conquista seu espaço e se impõe ao longo do enredo. Ela consegue tudo o que deseja do então controlador: não só no quarto, mas em todos os outros lugares. Ana consegue o romance com flores que sempre almejou.
A obra mostra um caminho de redenção e cura. Christian Grey, que teve um início de vida traumático, consegue, enfim, libertar-se através do amor que sente por Ana. A cena mais marcante é no segundo livro, quando Grey diz: “Eu te amo”. As três palavras mágicas que o desprendem de um passado sombrio.
Já para Ana, sua atitude mais importante é o consenso. O “sim” de Ana é o que faz com que essa história não seja contra as feministas e o movimento #metoo. O “sim” de Ana significa que, se houver consentimento, o que acontece entre quatro paredes cabe apenas ao casal. Sem julgamentos.
Para mim, a trilogia encantou a nós, mulheres, porque adoramos histórias de amor. Se for picante, então, melhor. E mostra que, mesmo depois de todas as nossas lutas, ainda suspiramos com a ideia de um príncipe encantado.

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