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O asteroide vai cair? E a represa do Manso, vai ceder?

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O asteroide vai cair? E a represa do Manso, vai ceder?

Nem parece que foi há uma semana que escrevi sobre rompimentos de barragens ou probabilidades de eventos catastróficos. Hoje, logo pela manhã, enquanto ainda tomava café na pacata cozinha da redação, meus companheiros e colegas de trabalho me perguntavam: “É hoje que acaba o mundo?”, “O asteroide cairá na terra?”, “E a represa do Manso, vai ceder?”.

A verdade é que não sei. É bem difícil explicar que o que meu projeto em monitoramento faz é calcular variáveis em históricos de sismos para dizer a quantas andam as probabilidades de eventos sísmicos por outras partes do mundo.

A sociedade insiste em crendices e boatos que ganham força nas redes sociais, mesmo sem fundamentos. Vamos por partes. Dei uma pequena vasculhada na internet e posso dar minha opinião usando um pouco de lógica e bom senso para responder aos leitores.

Sobre o asteroide, o tabloide inglês Daily Mail publicou uma nota no dia 26 de janeiro sobre um suposto astrônomo russo Dyomin Damir Zakharovich. A notícia ganhou notoriedade ao afirmar que o asteroide vai se chocar contra a Terra em fevereiro deste ano, causando o “fim do mundo”.

O asteroide conhecido como 2016WF9 foi descoberto pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em 2016 e, segundo os estudos, poderia passar “bem perto”, a cerca de 51 milhões de quilômetros da Terra. Ou, para  ficar mais fácil de entender, a um terço da distância entre a Terra e o Sol. Pois é, pessoal, quase como o “bem ali” de mineiro.

Com um diâmetro aproximado de 500 metros a 1 quilômetro, esse corpo celeste passa por aqui em média a cada 5 anos. O período em que está mais próximo do planeta – 51 milhões de quilômetros – será no dia 25 de fevereiro. Então arrume uma luneta e aproveite o show.

Ah! A represa do Manso. Faz pouco tempo tivemos um episódio relacionado ao mesmo tema, “os riscos de rompimento da barragem” lamentavelmente, como todas as notícias ruins, espalhou-se por todo o vale do rio Cuiabá. Muitas pessoas acreditaram que o pior poderia ocorrer e devastar a nossa querida capital. Como era de se esperar, o evento não ocorreu e as pessoas voltaram à vida normal.

Mas e hoje? Boatos circulam nas redes sociais com fotos e vídeos mostrando rios cheios e muita água por todas as partes. Então? Será verdade?

Históricos, fábulas e depoimentos sobre essa região poderiam nos dar pistas. Em um conto dos Bororos, nativos da região de Xaraés falavam de uma enchente onde o único local seguro seria o Morro de Santo Antônio. A água teria tomado toda a nossa região. Coincidentemente li alguns artigos falando sobre o fato. Em uma matéria muito interessante do Hipernotícias, o  Hélio César Monti deixa claro duas coisas: a cada 10 mil anos acontece uma grande cheia conhecida como “década milenar”, as probabilidades são de 1/10.000, muito raro mesmo. Monti é superintendente regional de Engenharia das Centrais Elétricas Norte do Brasil S/A – Eletronorte, em Mato Grosso. Informação confiável. Ainda segundo Monti, mesmo que um dia esse fenômeno aconteça, a represa tem condições de suportá-lo.

A população tem o direito de saber. São 7,3 bilhões de metros cúbicos, 7 trilhões e 337 bilhões de litros (7.337.000.000.000). É água em Xômano? Só os Kbeça pensante para imaginar isso tudo. Mas não vai acontecer, gente. Obrigado por enviarem sugestões.

Assinatura Coluna Aroldo

 

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