Basta um voto e eles são eleitos! Enquanto alguns municípios têm oito candidatos na disputa pela prefeitura – a exemplo de Cuiabá – em nove cidades de Mato Grosso apenas uma pessoa concorre ao cargo. Isso quer dizer que, se a candidatura for homologada pela Justiça Eleitoral, o registro de um único voto garante a vitória.
A situação foi observada em: Vila Bela da Santíssima Trindade, Vale do São do Domingos, União do Sul, Salto do Céu, Porto Alegre do Norte, Ponte Branca, Marcelândia, Itanhangá e Castanheira.
Em outras duas cidades, a situação é parecida. Inicialmente, haviam dois candidatos em Torixoréu e General Carneiro, mas uma das candidaturas foi indeferida pela Justiça Eleitoral.
Se os candidatos não recorrerem e conseguirem reverter a situação, cresce a lista de cidades que só precisarão de um voto para ter um novo prefeito.
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No Brasil, a situação se repete em 117 municípios. A concentração da candidatura única está nos municípios do Rio Grande do Sul, onde 34 das 497 cidades têm apenas um nome concorrendo ao cargo. Em seguida, aparecem Minas Gerais e Paraná com, respectivamente, 20 e 17 municípios na mesma situação.
Na avaliação do cientista político Murilo Aragão, situações como essa não são necessariamente um problema. “Elas resultam de uma fragilidade da oposição, decorrente do êxito do comando do município. Outro problema é fragilidade dos partidos no Brasil, que desestimula candidaturas”, avaliou.
Os dados fazem parte de um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
A instituição identificou também que, em 37% dos municípios, o embate deve ocorrer entre duas candidaturas. A polarização deve fazer parte das eleições em 2.069 municípios, onde vivem 20,9 milhões de pessoas ou 10% da população brasileira.