O encarceramento feminino é muito mais gravoso, mais doído e mais triste do que o masculino. Por isso, o projeto RefloreSer dá a oportunidade para as presas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, reflorescerem o ser.
Com a iniciativa, as detentas plantam e produzem flores tropicais dentro da unidade. Agora, elas estão aprendendo a fazer arranjos florais.
O projeto teve início há seis meses e conta com uma estufa dentro da unidade prisional.
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O trabalho dá direito a remissão de pena. A cada 12 horas de curso, um dia é retirado da pena. Quando começarem a produzir os arranjos para venda, a cada três dias trabalhados, um dia a menos na pena de cada reeducanda.
A renda obtida com a venda da produção será dividida entre as detentas e também usada para manter o projeto.
Após cumprirem pena, a grande maioria das mulheres encontra dificuldade em serem reinseridas no mercado de trabalho e terem renda suficiente para auxiliar ou manter suas famílias.
“As mulheres sequer têm visitas, elas são abandonadas pelos maridos e pela família. Elas precisam ter uma luz, uma visão de futuro, a esperança de um amanhã melhor”, reitera o juiz da Vara de Execução Penal, Geraldo Fidelis.
Flores tropicais
Por serem resistentes ao clima quente e possuírem ciclo de vida longo, as flores tropicais são bastante procuradas por floriculturas, empresas de decoração e de paisagismo.
A intenção é comercializar, inicialmente, as espécies helicônias, alpíneas e bastão do imperador, que foram plantadas pelas recuperandas e já estão com as folhagens aparentes.
A florescência deve ocorrer nos próximos três meses.
(Com Assessoria)