O deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Henrique Fontana (PT-RS), criticou, na tarde desta quarta-feira (22), o evento realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso, para dar visibilidade às crianças que aguardam por um lar. Ao comentar sobre o assunto, ele chegou a comparar a situação a um “leilão de gado”.
O evento, intitulado Adoção na Passarela, aconteceu na noite de terça-feira (21), em um shopping da Capital, e repercutiu negativamente na mídia local e nacional.
O deputado aproveitou um momento durante a votação da medida provisória apresentada pelo Governo Federal, que reduz o número de ministérios, para fazer o que chamou de “denúncia gravíssima” e contou sobre o evento realizado em Cuiabá.
[featured_paragraph]“É inacreditável que tratem crianças aptas para adoção, colocando-as numa passarela como se estivessem fazendo um leilão de gado. É a brutalidade que se está instituindo em determinado setor da sociedade brasileira. A desumanidade”, comentou ao falar sobre o desfile.[/featured_paragraph]
O parlamentar aproveitou os minutos na tribuna para cobrar que autoridades competentes, como a OAB nacional e os Ministérios Públicos atuem para “punir os responsáveis por essa barbaridade”.
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A repercussão
O que era para ser uma noite positiva, na visão da OAB, acabou se tornando alvo de uma grande polêmica e causando reações negativas nas redes sociais.
Além de estampar noticiários nacionais, o desfile da Adoção na Passarela também recebeu críticas do ex-candidato à presidência, Guilherme Boulos, e da ex-candidata à vice-presidência pelo Partido dos Trabalhadores, Manuela D’ávila.
Em seu Twitter, Boulos escreveu: “A ‘passarela da adoção’, em Cuiabá, expondo crianças de 4 a 17 anos para a escolha dos pretendentes pais é de uma perversidade inacreditável. Os efeitos psicológicos da exposição, expectativa e frustração dessas crianças pode ser devastador, ainda que a intenção tenha sido outra”.
Por sua vez, Manuela D’Ávila usou o Facebook para lamentar o acontecido.
“Acho que essa é uma das notícias mais tristes que li. Crianças numa passarela, cheias de sonhos e desejos, buscando a aprovação a partir de um desfile, como se para amar um filho tivéssemos que admirá-los fisicamente”, escreveu.