Municípios de Mato Grosso gastaram apenas 32% da receita disponível para o combate ao novo coronavírus e para a mitigação dos efeitos da pandemia em cinco meses.
Valores compilados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) mostram que, até o fim de agosto, as 141 cidades tinham informado a quantia de R$ 766.399.444 disponíveis para a aplicação em serviços e assistências, mas liquidado somente R$ 252.504.205.
O Tribunal calcula os recursos de fontes dos municípios e da União que são distribuídos nas categorias de combate ao contágio e de mitigação dos efeitos da crise. Contudo, a maioria vem do governo federal.
Os gastos com saúde corresponderam a 50,3% do montante de recurso liquidado. Os serviços financiados vão desde a compra de medicamento a de máscara.
O setor administrativo aparece logo abaixo, com uma fatia de 25,7%. Neste caso, não há especificação dos tipos de gastos.
A outras seis frentes de trabalhos – assistência social, educação, agricultura, cultura, transporte, urbanismo, desporto e lazer – receberam entre 5% e 3% dos recursos.
A lista de aquisições pelos municípios é gigante. Vai dos insumos mais óbvios, como álcool em gel, luva e teste rápido, a contratos com empresas para realizar triagem de pessoas em secretarias de saúde.
Ranking dos municípios
A Prefeitura de Cuiabá foi quem mais recebeu recurso para investimento em serviços da pandemia. Conforme o levantamento do TCE, somente para enfrentamento, a quantia havia superado R$ 70 milhões até o fim de agosto.
Outros R$ 91 milhões foram liberados como auxílio para mitigar os efeitos da pandemia, como a suspensão temporária de impostos, queda na arrecadação e auxílio a grupos socioeconômicos de risco.
Rondonópolis (220 km de Cuiabá) recebeu R$ 27,9 milhões no mesmo período para o enfrentamento e mais R$ 33,7 milhões para a mitigação. No caixa de Várzea Grande (região metropolitana) entraram R$ 17 milhões na primeira linha e R$ 59,2 milhões na segunda.
São José do Povo (270 km de Cuiabá), por sua vez, não recebeu nenhum recurso para enfrentamento e Juruena (910 km da Capital) ficou zerado na linha de mitigação do impacto da paralisação econômica.