“Um dos grandes pilares do desenvolvimento do HPV é quando os mecanismos de defesa estão fragilizados, o organismo não consegue se proteger e o vírus permanece atuando por um longo período no corpo. Este contexto pode levar a uma lesão de alto grau, como o câncer. Nas mulheres imunossuprimidas o sistema imunológico já está fragilizado e a vacinação é uma forma a mais de protegê-las”, explica Danielly Gobbi, cirurgiã oncológica da Oncomed. “Com a ampliação da faixa etária, agora é possível imunizar quem não entrava nesse grupo e que, geralmente, está mais exposta às complicações decorrentes da infecção pelo HPV.”
Nas pacientes com câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem fragilizar a imunidade por um tempo. Neste sentido, a médica ressalta a importância de manter o calendário vacinal completo. “Quando se enfrenta um câncer, o corpo apresenta inúmeras reações que acontecem em função do próprio tratamento. Em um primeiro momento, a paciente vai lidar com alguns sintomas que ela não lidava antes, como náuseas, perda de peso, perda de cabelo e variações hormonais. Quando a paciente é vacinada, conseguimos evitar que outras intercorrências, como a gripe, a Covid-19 e até mesmo o HPV possam acontecer ao longo do tratamento.”
Vacinação – Com a ampliação da faixa etária, mulheres com imunossupressão até 45 anos passam a receber três doses da vacina com intervalo de dois meses entre a primeira e a segunda, e a terceira seis meses após a primeira aplicação. “A vacina é produzida a partir de um vírus inativado, ou seja, não há risco de causar a doença. Mas é importante o médico indicar qual melhor momento para tomar uma vacina.”
Sobre o HPV – O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo Papilomavírus Humano. Existem mais de 100 tipos, cerca de 40 afetam a região genital e alguns podem desencadear o câncer de colo do útero, vagina, ânus, vulva e pênis. A transmissão ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosa infectadas, tendo a relação sexual sem proteção como a principal forma de transmissão.