A exploração do transporte coletivo em Cuiabá pelas empresas vencedoras da licitação de 2019 pode tardar mais uma vez. A validade do contrato tinha o início previsto para 2020, mas, por causa da pandemia, as empresas pediram que o adiamento do prazo.
Agora, a modificação de modais pelo governo do Estado, VLT por BRT, também entrou em rota de colisão com o cronograma. Nesse ínterim, a exploração continua no modelo de acordos emergenciais concedidas pela prefeitura.
Nessa quarta-feira (6), O Estado notificou as prefeituras de Cuiabá e de Várzea Grande com a recomendação de aguardar a troca de frotas para evitar “desperdício de dinheiro público”. O governo afirma que a implantação de corredores para o BRT vai gerar mudanças para adequar os carros de transporte coletivo ao novo modal.
Leia também:
Transporte coletivo: prefeito descarta aumento da tarifa até junho
Governo de MT diz que obra e tarifa do BRT serão até 43% mais baratos
Conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), o plano de integração entre ônibus e BRT prevê algumas linhas com atendimento direto entre regiões distintas, usando a infraestrutura do corredor exclusivo em determinados trechos.
Conflito
Contudo, a Prefeitura de Cuiabá diz que a concessão homologada em 2019 traz adaptações tanto para o VLT quanto para o BRT (na época em que a licitação foi lançada não havia sinal de solução da polêmica do modal).
Esse argumento está sendo usado como sustentação para a retomada de negociação de prazo com as empresas vencedoras da licitação. O secretário de Mobilidade Urbana, Antenor Figueiredo, afirma que até maio 50% da frota dos ônibus na Capital estarão adaptados com ar-condicionado, uma exigência do edital.
“A concessão do transporte coletivo pertence ao município e não ao Estado. Nós queremos discutir com o governo [a concessão de transporte] e não sermos obrigados a fazer o que o Estado quer fazer. Pelo contrato com as empresas, em maio já teremos 50% da frota com ar-condicionado”, afirmou.
Atraso da pandemia
Conforme matéria publicada em novembro pelo LIVRE, as empresas não quiseram arriscar entrar na concessão num cenário de redução de frota, o que afetaria a programação financeira.
Na época, a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) disse que a Procuradoria Geral do Município estudava a data para a revalidação do contrato com as vencedoras licitação. Ontem, o secretário Antenor Figueiredo disse que a conversa será retomada, mas não informou data.