A possibilidade de implantação de um caminho alternativo, por meio da compensação financeira aos produtores, para atender a agenda dos países interessados em discussões climáticas, colocaram o Estado no centro das atenções do mundo.
O diário norte-americano Wall Street Journal diz que Mato Grosso pode ser um exemplo de que a negociação dos créditos de carbono, em debate na COP-26, em Glasgow, na Escócia, pode dar certo.
Os produtores locais estariam dispostos a reduzir a emissão de carbono – isso significa, grosso modo, explorar menos o ambiente – desde que sejam pagos pelo freio nas atividades agropecuárias.
O jornal cita o exemplo da mudança na exploração do ambiente na região norte de Mato Grosso, desde da década de 1970. Há 50 anos, quando os atuais produtores começaram a chegar, a região era “mata fechada” e hoje 50% das árvores continuam em pé. Porém, nos 17 anos os desmates e as queimadas caíram em torno de 20%.
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Líderes governamentais e empresários cobram, na COP-26, por uma política mundial para impulsionar o mercado de crédito de carbono.
“Para parar o desmatamento é preciso providenciar uma alternativa uma linha de receita para os produtores e, até agora, ninguém pagou os produtores para proteger a mata deles”, disse Enric Arderiu, líder global de produtos ambientais em Genebra, na Suíça.
Conforme o Wall Street Journal, Mato Grosso seria um laboratório para a montagem da política.
“Um vislumbre de como isso [mercado de carbono] pode funcionar e suas potenciais armadilhas podem ser vistos aqui em Mato Grosso, Estado mais de duas vezes maior que a Califórnia”, diz a reportagem.