O governador Pedro Taques já pediu apoio para sua reeleição, mas evita tornar pública essa pretensão
A menos de um ano das próximas eleições, o cenário está longe de definição e os nomes ventilados para disputar o Governo de Mato Grosso se multiplicam. Além do próprio governador, que pode tentar a reeleição, há diversos potenciais candidatos sendo cotados – tanto na oposição quando na base aliada.
Pedro Taques (PSDB) tem planos de disputar a reeleição e já pediu apoio aos aliados, em reuniões a portas fechadas. A pré-candidatura dele foi publicamente lançada no congresso estadual dos tucanos, em agosto. Nas entrevistas, porém, o governador evita tocar no assunto e costuma dizer que é a oposição que tem que se preocupar com eleições neste momento, e que ele não vai “jantar antes de almoçar”.
Diante da pretensão do governador, alguns aliados pregam que ele é o único pré-candidato do grupo, que não trabalham com plano B e que o apoio à sua reeleição é natural. Outros fazem articulações nos bastidores para viabilizar uma alternativa.
Ednilson Aguiar/ O LIVRE
Antonio Joaquim lançou pré-candidatura e abriu temporada de farpas eleitorais
Oposição
O único pré-candidato declarado até o momento é o conselheiro afastado Antonio Joaquim, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele entrou com pedido de aposentadoria e anunciou que vai iniciar uma pré-campanha ao Palácio Paiaguás. O conselheiro marcou sua filiação ao PTB para 8 de novembro, e já deu início à temporada de críticas e alfinetadas ao governo.
Outro que já disse com todas as letras que pode entrar na disputa é o deputado estadual Zeca Viana (PDT). A preferência do parlamentar é o Senado, porém, se a oposição não viabilizar um nome para concorrer com Pedro Taques, Zeca já se colocou à disposição para encarar a corrida pelo Paiaguás. O deputado afirma que sua prioridade é desbancar o atual governo e, para isso, está disposto até mesmo a negociar a vaga de candidato a senador que seria sua, para fortalecer a aliança.
Na oposição, outro nome que vem sendo trabalhado é o senador Wellington Fagundes (PR). Em 2018, ele estará no meio do mandato de senador e, se perder a corrida pelo Paiaguás, continuará com o mandato em Brasília. É a mesma situação em que Taques se encontrava em 2014, quando se elegeu governador. O suplente José Medeiros (Podemos) assumiu a cadeira no Senado em seu lugar.
O anúncio da pré-candidatura de Antonio Joaquim tirou Fagundes do foco, mas o senador continua sendo cotado nos bastidores. Os opositores têm discutido a formação de uma grande aliança contra Taques e tratam da possibilidade de unificar o grupo em torno de um único candidato.
Ednilson Aguiar/O Livre
Mauro Mendes é cotado para o Senado e o Governo
Situação
Entre os aliados do governador estão nomes de peso, que são cotados para a disputa de governo. Um deles é o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB). Ele saiu bem avaliado do cargo em 2016 e é estimulado pelos aliados a concorrer ao governo ou ao Senado. Mendes já disputou o cargo de governador em 2010, quando perdeu para Silval Barbosa (PMDB).
O ex-senador e ex-governador Jayme Campos (DEM), por sua vez, é lembrado como potencial candidato aos dois cargos em todos os pleitos. Jayme governou Mato Grosso entre 1991 e 1994. Atualmente, ele é secretário de Assuntos Estratégicos na gestão da mulher, Lucimar Campos (DEM), prefeita de Várzea Grande. Ele já admitiu, em entrevistas, que pode ser candidato nas próximas eleições – mas não indicou se a tendência é o Senado ou Governo.
Em 2014, Jayme chegou a se candidatar ao Senado, mas desistiu logo no início da campanha, e Rogério Salles (PSDB) foi lançado em seu lugar. O tucano não se elegeu. Tanto Jayme quanto seu irmão, o ex-governador Julio Campos, têm insistido que o DEM precisa ter vaga na chapa majoritária – se não houver espaço ao lado de Taques, eles podem se aliar a outro grupo. O principal nome para isso é o de Jayme, mas o DEM trabalha também com a possibilidade de lançar Mauro Mendes, se a filiação dele se concretizar.
O vice-governador Carlos Fávaro (PSD) também é cotado para o cargo. Ele conquistou a vaga de vice com apoio do agronegócio, e pode aproveitar essa base para alçar novos voos em 2018. O foco é o Senado, mas aliados não descartam lançar Fávaro ao governo, se houver a oportunidade para isso.
Ednilson Aguiar/O Livre
Blairo Maggi tradicionalmente nega as candidaturas, antes de entrar na disputa eleitoral
Em cima do muro
O ex-governador Blairo Maggi (PP), atualmente ministro da Agricultura e senador licenciado, é sempre citado no meio político como possível candidato ao governo. Maggi saiu bem avaliado do governo e tem boa pontuação nas pesquisas de intenção de votos. Porém, o próprio senador rejeita a ideia em todas as entrevistas. À imprensa, ele tem dito que seu plano é disputar a reeleição.
O ministro tem evitado, ainda, se posicionar como oposição ou situação ao governo Taques. Ele alega, ainda, que é muito cedo para definir a posição do partido nas eleições de 2018 – e observou, em algumas entrevistas, que uma aliança hoje não garante apoio nas eleições.
Mesmo sem a participação direta de Maggi, no entanto, o PP anunciou o rompimento com o governo no início deste ano e a direção da sigla vem participando das discussões do bloco de oposição.