Agência Estado
Enquanto o Brasil fechou 40.864 postos de trabalho em janeiro, Mato Grosso criou 10.010 vagas no mesmo mês, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado do Estado foi o segundo melhor do país, perdendo apenas para Santa Catarina, onde foram criadas 11.284 vagas. Das 27 unidades da federação, só nove tiveram saldo positivo.
O saldo é resultado da diferença entre as 35.975 contratações e 25.965 demissões registradas no mês. A agricultura teve o melhor desempenho, com a criação de 7.396 postos, e foi seguida pelo setor de serviços, com 2.124.
Para o economista Ernani Lúcio de Souza, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Estado tem a vantagem competitiva de, num momento de crise, ser um grande exportador de matérias primas e alimentos. Esses setores têm pouco valor agregado, mas são menos vulneráveis ao desaquecimento global da economia.
“Os números são resultado de uma recuperação mundial, principalmente da economia americana, chinesa e alemã. O mundo está se fortalecendo com a recuperação das indústrias, que são geradoras de emprego e renda e estimulam países exportadores de matéria prima com o Brasil.”
O segmento com pior desempenho foi o da construção civil, que fechou 333 vagas no mês. “Basta observar quantas obras estão paralisadas e atrasadas. Isso afeta o setor, que é dependente de investimento público”, avalia o economista.
Sazonalidade
Mesmo levando em conta a sazonalidade da economia – já que Mato Grosso está no pico da safra – o cenário é positivo. Em janeiro de 2015 e de 2016, os saldos de criação de emprego foram bem menores: 6.316 e 6.900 vagas, respectivamente.