O Ministério Público Federal (MPF) arquivou inquérito que investiga o conselheiro de Contas, Antônio Joaquim, por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro.
A ação de arquivamento foi assinada pela procuradora da República, Valéria Etgeton, no dia 28 de abril e ainda precisa ser chancelada pelo juiz 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider.
A investigação foi aberta em 2017 com base em delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (sem partido). Segundo ele, Antônio Joaquim teria utilizado a venda de uma fazenda à empresa Trimec Construções e Terraplanagem, no valor de R$ 6,6 milhões, para supostamente esconder desvio de dinheiro público.
A informação levou ao afastamento de Antônio Joaquim do cargo no Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), em setembro do mesmo ano, e o cancelamento de sua pré-candidatura ao governo, para enfrentar o então candidato à reeleição, Pedro Taques (SD).
Em fevereiro de 2021, a Justiça Federal autorizou o retorno do conselheiro ao tribunal, com a justificativa de que a investigação não avançou para incriminá-lo em quatro anos de apuração.
“Conluio de Janot e Taques”
O conselheiro Antônio Joaquim disse que seu afastamento do cargo ocorreu por “abuso de autoridade” do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, Janot teria criminalizado para ele um trâmite legal de compra e venda.
“Como é que o Janot abusou da autoridade e criminalizou um negócio autêntico? As pessoas compram e vendem. Houve uma diferença entre a escritura [da terra] e contrato de compra, mas eu reconheci e estou acertando com a Receita Federal”, comentou.
Antônio Joaquim concedeu em entrevista, mais cedo, para comentar a decisão do MPF. Após a crítica pontual ao ex-procurador-geral, ele estendeu os comentários ao ex-governador Pedro Taques e disse que, ambos, teriam agido em “conluio” para tira-lo do processo eleitoral de 2018.
“Mudou minha vida e me impediram de ser candidato. Me transformaram em um bandido”, afirmou.