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MP pede que Justiça se aproprie de dólares de Nadaf

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MP pede que Justiça se aproprie de dólares de Nadaf

Chico Valdiner/Secom-MT

Pedro Nadaf

 

O Ministério Público Estadual (MPE) pediu que os US$ 2,3 mil dólares pertencentes ao ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, encontrados durante a deflagração da primeira fase da Operação Sodoma, sejam considerados fruto de crime e, assim, entregues em definitivo à Justiça. Os valores estavam em posse da ex-mulher de Nadaf, Geiziane Antelo, que não explicou ao MPE a origem da moeda estrangeira em espécie, se limitando a dizer que tinham relação com uma viagem ao exterior que ela faria.

À época da deflagração da operação, Geiziane foi interrogada pelo Ministério Público e afirmou que os dólares que guardava eram o “troco” de viagens feitas aos Estados Unidos por ela e sua filha. Atualmente, o dinheiro está trancado em cofres da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil, que terá a tarefa de converter os valores em reais – cerca de R$ 7,6 mil em cotação desta quarta-feira (21).

No pedido assinado pela promotora Ana Cristina Bardusco, da 14ª Promotoria Criminal, o MPE afirma que passagens aéreas de uma viagem entre São Paulo e Punta Cana, na República Dominicana, feitas por ela e o ex-secretário foram pagas por meio de uma empresa de fachada constituída por Nadaf, a NBC Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda. Esta é a mesma empresa apontada como responsável pela lavagem do dinheiro da propina paga por empresários ao ex-secretário. As hospedagens dos dois no “Resort Paradisus Punta Cana” teriam sido bancadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), da qual Nadaf foi presidente.

Geiziane ainda recebeu três cheques, totalizando R$ 9 mil, sendo dois da empresa DCP Máquinas e outro da Casa da Engrenagem. O ex-secretário já confessou que os pagamentos a ela foram feitos com valores ilegais. A informação também foi confirmada pela delatora Karla Cecília Cintra, ex-assessora de Nadaf. O dinheiro era utilizado para pagamentos de despesas de Geiziane. Por entender que ela poderia facilmente saber da origem ilícita do dinheiro, o MPE pediu que os valores fossem perdidos.

Investigação
A Operação Sodoma investiga uma organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), da qual Pedro Nadaf fez parte enquanto secretário da Casa Civil e de Indústria e Comércio. Na semana passada, depois de um ano e oito meses preso, o ex-governador passou à prisão domiciliar por ter confessado parte de seus crimes à Justiça e ter entregue cerca de R$ 46 milhões em bens e imóveis.

Silval confessou que Nadaf tinha em seu governo a função de arrecadar fundos para pagamento de dívidas e compromissos políticos ilegais, inclusive arrecadando propina junto a empresários. Ele afirmou que “era necessário o pagamento de propina para manutenção da governabilidade de Mato Grosso”. O ex-secretário administrava as dívidas contraídas pelo grupo liderado por Silval, além de articular o trabalho dos demais secretários enquanto esteve à frente da Casa Civil.

Na primeira fase da Sodoma, o MPE desvendou a cobrança de propina de empresários para manutenção de benefícios fiscais junto ao Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Júlio Minori, da Webtech, Willians Paulo Mischur, da Consignum e João Batista Rosa, dono do Tractor Parts, confirmaram o pagamento de ao menos R$ 20 milhões ao grupo.

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