O Ministério Público de Mato Grosso instaurou nove inquéritos civis para investigar a suspeita de que empresas privadas tenham participado de um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. A fraude resultaria em propina mensal aos deputados estaduais em até R$ 50 mil.
As portarias foram divulgadas na quarta-feira (17). Todas as investigações serão conduzidas pelo promotor de Justiça Célio Fúrio, que compõe o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público.
A investigação é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva. Tido como um dos políticos mais poderosos do Estado nos últimos 20 anos, Riva alternou entre a presidência e a primeira secretaria da ALMT, sempre figurando como um dos responsáveis pela administração das despesas do Legislativo.
O Ministério Público, em investigações conduzidas pelo promotor de Justiça Célio Fúrio, investiga outras 12 empresas que possivelmente também participaram de esquemas de corrupção em conluio com o poder Legislativo.
Engrenagem da corrupção
Para garantir o pagamento de propinas, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, conforme José Riva, atuava da seguinte maneira: para firmar contratos, as empresas privadas tinham que se comprometer em devolver parte do dinheiro recebido. O percentual em cada contrato corresponderia até 30%.
As propinas também eram abastecidas mediante notas fiscais falsas ou superfaturadas emitidas a empresas privadas.
Confira a relação das empresas delatadas:
- Aker Consultoria e Informática Ltda; C.L.
- Chacon ME
- Costa Comércio e Representações Ltda
- Editora de Liz Ltda
- Gráfica e Editora Coelho Ltda
- Impar Informatica ME
- Paper Brasil Turismo e Serviços Ltda
- Uniserv União de Serviços e Comércio Ltda
- X Nova Fronteira Construções.