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Motorista e passageira de aplicativo se acusam de agressão e polícia investiga

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Motorista e passageira de aplicativo se acusam de agressão e polícia investiga
Depois de tomar bebidas alcoólicas, grupo recusou-se a pagar e foi impedido de sair pelo gerente. Confusão acabou na delegacia

Um motorista do aplicativo 99 Pop, morador de Cuiabá, e uma passageira, moradora de Várzea Grande, estão se acusando de agressão. Ambos registraram boletins de ocorrência e fizeram publicações no Facebook contando cada um sua própria versão para a história.

Na versão da passageira, o motorista a teria agredido depois de tentar cobrar pela viagem um valor maior do que o que constava no aplicativo. Já na do motorista, a mulher o teria arranhado depois que tentou levá-la para a delegacia, por não ter dinheiro para pagar pela corrida.

O motorista ainda registrou um terceiro boletim afirmando estar sendo caluniado pela passageira, visto que enquanto a publicação dele tem 22 compartilhamentos e cerca de sete comentários, a dela tem 1,2 mil compartilhamentos e 1,9 mil comentários. Por volta das 11 horas desta quarta-feira (13), a publicação da jovem foi apagada.

Versão da passageira

Em sua página no Facebook, e também no boletim de ocorrência divulgado pelo motorista, a passageira, moradora de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, afirmou que na madrugada do domingo (10), por volta de 5h40/6h20 da manhã, estava voltando de uma festa em Cuiabá com uma amiga e pediu um carro pelo aplicativo 99 Pop, que deu o valor de R$ 27,90 (na publicação ela apresenta um print de R$ 27,40 como comprovante do valor).

Porém, segundo a jovem, quando o carro chegou e ela foi entrar, já havia outra pessoa conversando com o motorista para fazer uma “corrida particular”. O motorista, então, teria falado para a jovem que havia cancelado a corrida, mas, segundo ela, não a avisou nem constava o cancelamento no aplicativo.

A pessoa que estava negociando, no entanto, era conhecida da jovem e da amiga e disse que não tinha problema se fossem todos juntos no mesmo carro e, assim, entraram todos no veículo, ficando ao todo, contando o motorista, sete pessoas no veículo.

No boletim de ocorrência, ela afirmou que o conhecido disse que ele pagaria pela corrida. O conhecido da jovem desceu do carro pouco depois e pagou R$ 20,00. Eles continuaram a corrida e seguiram na direção de Várzea Grande, onde outras duas pessoas desceram e deram R$ 15,00.

Ao todo, segundo o relato da jovem, o motorista já teria recebido R$ 35,00, mais do que os R$ 27,90 que ela alegava ter aparecido no aplicativo. A amiga da jovem que fez a publicação teria sido deixada em casa e, por fim, o motorista teria seguido para a casa da última passageira.

A jovem relatou que, ao chegar na casa, perguntou quanto precisaria pagar. “Ele disse que tinha dado 30 e poucos reais. Eu nem acreditei, porque era muito mais do que o aplicativo havia cobrado por um local muito mais longe. Falei que não tinha o dinheiro, porque o que eu tinha era o valor que estava constando no aplicativo, que era 27,40. Ele se alterou”, escreveu a jovem no Facebook.

Segundo a passageira, eles tiveram uma pequena discussão e ela disse que tinha apenas R$ 20,00, alegando que o primeiro passageiro já havia pagado quase todo o valor da corrida, mas o motorista não teria aceitado e ela pediu que ambos fossem à delegacia que fica próximo à casa dela.

Eles foram em direção à delegacia. A passageira afirmou que o suspeito desligou o ar-condicionado próximo à unidade e ligou o ar quente. Assustada, ela teria pensado em abrir a porta do carro que estava destravada, mas o motorista teria, segundo ela, travado novamente. Até que ela conseguiu abrir.

“Quando abri, ele me puxou novamente pelos cabelos pra dentro do carro e começou a me agredir com socos na cabeça e pelo corpo, até que pegou meu celular e jogou pela janela quebrando ele todo. Ao tentar pegar meu celular, já fora do carro, ele me agrediu novamente com um soco na cabeça que me fez perder a consciência por segundos, que me levou ao chão. E não parou por aí, consegui levantar e a agressão não parou até que consegui fazer com que ele devolvesse meu celular. Me jogou no chão na rua e foi embora e assim acabou meu pesadelo”, escreveu a jovem em sua página no Facebook.

A passageira finalizou sua publicação pedindo que as mulheres não confiem nos seres humanos, afirmando que resolveu divulgar o caso pelo que sofreu e pelo desespero que sentiu e pedindo que se alguém conhecesse o motorista (que ela divulgou uma foto), que o denunciasse à polícia. “Eu pude ver a fúria no olhar daquele homem, eu cheguei a pensar que não sairia dali com vida, nunca pensei que viveria coisas que vejo apenas na televisão”.

Às 07h43 do domingo (10), ela registrou um boletim de ocorrência contra o motorista, por lesão corporal e dano. Enquanto a publicação foi feita na noite dessa terça-feira (12). Além do relato, ela publicou fotos de machucados e de um celular quebrado, afirmando que ambos foram causados pelo motorista.

Versão do motorista

O motorista, morador de Cuiabá, registrou o primeiro boletim de ocorrência contra a passageira às 23h29 do domingo (10). No documento ele afirmou ter sido acionado por um homem para fazer uma corrida para quatro pessoas com destinos distintos, que a última passageira seria a responsável por pagar pela corrida.

Ele disse que deixou os outros três passageiros cada um em seu destino, porém, quando foi deixar a última passageira no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, próximo a uma delegacia de polícia, solicitou o pagamento e ela teria dito que não iria pagar nada, pois não tinha dinheiro.

Segundo o motorista, ele teria seguido sentido à delegacia do bairro, quando foi atacado pelas costas pela passageira, que o teria deixado com o rosto todo arranhado e, depois, descido do carro e fugido, não sendo mais vista.

Em seu perfil no Facebook, o motorista publicou uma foto de como teria ficado seu rosto após os arranhões da passageira.

Ainda nesse boletim, ele afirmou que estaria circulando um áudio no WhatsApp em que uma mulher o acusaria de tê-la agredido. O caso foi registrado como lesão corporal.

Já na madrugada desta quarta-feira (13), o motorista registrou um novo boletim de ocorrência, dessa vez por calúnia e difamação, devido à publicação feita pela passageira no Facebook.

O motorista afirma estar sendo vítima de “fake news”, que a jovem está divulgando uma foto sua e a placa de seu carro, e que a publicação tomou tamanha proporção que até mesmo fotos de sua família estão sendo compartilhadas.

O caso será investigado pela Polícia Judiciária Civil.

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