Durante três dias o Sesc Poconé realiza exibição de filmes que abordam temáticas como a desigualdade social, ganância, especulação imobiliária e o desrespeito por populações tradicionais e históricas, na “Mostra Territórios Hostis”. A coletânea de filmes integra o projeto CineSesc. As sessões ocorrem às 18h, com entrada gratuita no Sesc Poconé.
Hoje, será exibido o longa-metragem “Era o Hotel Cambridge”, de Eliana Caffé. O filme, que tem classificação indicativa de 12 anos, mostra o cotidiano de refugiados recém-chegados ao Brasil que dividem um velho edifício abandonado no Centro de São Paulo, com um grupo de sem-tetos. Além da tensão diária que a ameaça de despejo causa, os novos moradores do prédio terão que lidar com seus dramas pessoais e aprender a conviver com pessoas que, apesar de diferentes, enfrentam juntos a vida nas ruas.
O filme da quarta-feira (10) é “O Futuro Perfeito“, de Nele Wohlatz. Longa-metragem argentino, exibe a história de Xiaobin, uma jovem chinesa de 17 anos que está perdida em um mundo novo. Após se mudar para a Argentina sem falar nenhuma palavra em espanhol, ela busca um rumo para seu futuro. Poucos dias depois de sua chegada, novos caminhos já vinham sendo traçados: ela já tinha um novo nome, Beatriz, e um emprego em um supermercado chinês. Ao se matricular em uma escola de línguas, a jovem vai aos poucos aprendendo novas palavras, ao mesmo tempo em que seu futuro é delineado.
Por fim, na quinta-feira (11), “Fátima”, começam sempre às 18h, com entrada gratuita, no Sesc Poconé. A protagonista do filme de Philippe Faucon, cria sozinha as duas filhas: Souad, de 15 anos, adolescente rebelde; e Nesrine, de 18 anos, começando os estudos de medicina. Ela não fala bem francês, o que frustra sua comunicação com as filhas, mas ainda assim ambas são a razão para que ela siga em frente. Um dia, em seu emprego como empregada doméstica, ela cai de uma escada. Convalescendo, escreve em árabe tudo o que nunca conseguiu dizer as filhas em francês.
De acordo com a chefe do Núcleo de Programas Sociais do Sesc Poconé, Carolina Barros, a escolha dos filmes evidencia o quanto a questão do território não é só um fenômeno brasileiro. “O filme é uma maneira de refletir sobre este tema que, direta ou indiretamente, faz parte da vida das pessoas e dos locais onde vivem”, destaca.
Até o fim desse ano, o CineSesc levará ao público mais seis mostras temáticas: “Terror Giallo Italiano”, “Corpos Elétricos”, “Arte e seu Enleio”, “Hong Sang-Soo”, “A História de Três Américas”, “A Família vai Bem, Obrigado”.
CineSesc
O CineSesc é um dos maiores circuitos de exibição de filmes no país. A iniciativa promove a circulação, difusão e o acesso a produções cinematográficas nacionais e internacionais. Apresenta obras com formas narrativas impactantes e que trazem reflexões sobre relevantes questões sociais, sempre alinhadas com os princípios sociais que movem a Instituição, incentivando o debate em torno do cinema brasileiro e internacional, comercial ou independente, em um eixo educativo, artístico e cultural. Nessa perspectiva, o projeto propõe um recorte temático, com filmes que abordam assuntos sociais relevantes. Em mais de uma década, cerca de três milhões de pessoas foram beneficiadas pelo projeto.
(Com Assessoria)