Judiciário

Morte de tenente: policiais do Bope se tornam réus e têm audiência marcada

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Morte de tenente: policiais do Bope se tornam réus e têm audiência marcada
Foto: Ednilson Aguiar/O Livre / Tenente Scheifer é enterrado sob comoção, em Cuiabá

O juiz Wladymir Perri, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, especializada em Justiça Militar, aceitou denúncia feita pelo Ministério Público do Estado (MPE) contra três militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Mato Grosso e marcou a primeira audiência do caso para o dia 3 de abril. Os policiais militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino são acusados de homicídio triplamente qualificado, praticado contra o 2º tenente PM Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, em maio de 2017, durante uma operação.

No dia 30 de janeiro, ao aceitar a denúncia, o juiz observou que o MPE apresentou materiais suficientes para que a denúncia seguisse adiante. Por isso, a aceitou. Caso queiram, os denunciados poderão ser assistidos pela Defensoria Pública.

O próximo passo do caso é a audiência de instrução, prevista para começar às 13h30 do dia 3 de abril. Nesse dia será determinado o Conselho de Justiça – um órgão colegiado composto pelo juiz e quatro oficiais. As testemunhas de acusação serão as primeiras a serem ouvidas.

Denúncia

No dia 11 de janeiro, o MPE formalizou denúncia contra os militares, que teriam armado uma situação para camuflar o homicídio contra o tenente do Bope.

Segundo consta da denúncia, Scheifer foi atingido por um disparo frontal que o atingiu no abdômen, efetuado por um colega de farda, em um local que havia sido, no dia anterior, palco de confronto entre policiais e suspeitos de roubo. Na época, os militares procuravam suspeitos da modalidade “novo cangaço”.

Conforme o MPE, Scheifer teve um desentendimento com a equipe na hora de registrar um boletim de ocorrência sobre a morte de um dos suspeitos do roubo, identificado por Marconi Souza Santos. Isso porque ele teria sido morto com um tiro de fuzil, disparado pelo cabo PM Lucélio, quando tentava fugir de uma casa em Matupá (695 km de Cuiabá).

A informação, colhida durante inquérito sobre a morte do tenente, é de que o cabo queria falsificar os fatos que aconteceram naquele dia.

Morte de Scheifer

Segundo o promotor de Justiça que analisou o caso, Allan Sidney do Ó Souza, testemunhas relataram durante inquérito policial que presenciaram o desentendimento entre a equipe e o tenente Scheifer. Em um determinado momento, os denunciados teriam se reunido a portas fechadas para conversar sobre o ocorrido.

No mesmo dia, durante uma diligência feita no local do primeiro confronto entre a polícia e os bandidos, Scheifer foi atingido por disparo de arma de fogo na região abdominal.

Conforme o Ministério Público, os colegas de farda sustentaram que a vítima tinha sido atingida um tiro efetuado por um dos suspeitos, que estaria em meio à mata. No entanto, depois de um laudo pericial, ficou comprovado que o projétil encontrado alojado no corpo do tenente partiu de um fuzil do cabo PM Lucélio.

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