Poder manter os estudos estando em outro país, sem precisar trocar de escola. Uma vantagem trazida pela pandemia da covid-19 que fez muitos pais e alunos tirarem o papel os planos de um intercâmbio estudantil. Ou quase.
Quem pagou pelos pacotes no ano passado, só está conseguindo embarcar agora. E com muitas restrições. É o que afirma Valeriano Martins, diretor da Best Intercâmbios, empresa localizada em Cuiabá.
Nos próximos dia, ele embarca 20 clientes – a maior parte deles com contratos de 2020 – para países como Estados Unidos e Canadá.
“Em termos mundiais, essa possibilidade do ensino remoto fez dobrar o número de estudantes fazendo intercâmbio em outros países. Mas, no caso do Brasil, há muitas dificuldades ainda. Muitos países estão com as fronteiras fechadas para os brasileiros”, ele explica.
O Canadá só tem emitido visto para estudantes. E os Estados Unidos têm cobrado, em alguns casos, que a pessoa cumpra um período de quarentena no México.
Demanda reprimida
As condições (quase) ideais para esse tipo de viagem, trazidas pelo ensino remoto, gerou uma demanda reprimida que, Martins aposta: pode ser o que faltava para empresas do setor recuperarem as forças.
No caso da Best Intercâmbios, o impacto da pandemia resultou em uma interrupção quase que por completo das atividades no ano passado. Todos os funcionários tiveram que ser demitidos e Martins abriu mão do espaço físico onde a empresa funcionava.
Os contratos e a tentativa de cumpri-los o mais breve possível, no entanto, foram mantidos e a estratégia deu certo. Agora, o empresário vê uma luz no fim do túnel e acredita que o negócio tem todo para voltar a crescer a partir deste ano.
“Mato Grosso é um ótimo lugar para atuar nesse setor. As pessoas têm interesse em mandar seus filhos estudarem fora. Agora, só faltam as condições sanitárias para essas viagens acontecerem”, ele diz.