“Dinheiro não é problema”. A afirmação é do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a situação da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Ele cobra, entretanto, uma forte contrapartida da classe política de Mato Grosso no sentido de garantir que a União vai ter economia se investir na unidade, uma vez que poderá deixar de gastar com outros hospitais do Estado.
Mandetta esteve em Cuiabá na segunda-feira (22) e, na Assembleia Legislativa, tratou da crise envolvendo os hospitais filantrópicos, em especial a Santa Casa. Na oportunidade, sustentou que o Governo Federal não vê problemas em liberar novos recursos, mas disse ser necessário que o Governo do Estado faça o mesmo.
Até de parte dos duodécimos da Câmara de Vereadores de Cuiabá e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso ele sugeriu como alternativa para pagar as dívidas do hospital.
O ministro também defendeu, não só uma auditoria nas contas da Santa Casa, mas uma “verdadeira devassa”. Com isso, acredita que a própria sociedade pode ajudar a reerguer o hospital.
Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo vai ser o interlocutor do ministro no Estado. Na próxima semana, o secretário já deve apresentar um novo panorama de como está a situação.
Primeiro o planejamento
Durante a reunião com o ministro, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) pediu a liberação de R$ 20 milhões para que a Santa Casa retome os atendimentos. Mandetta disse, entretanto, que o tempo do “me dá um dinheiro aí” acabou no governo federal e que o Ministério da Saúde precisa, antes, ter um plano completo de recuperação da unidade.
A situação gerou um embate com o deputado e o ministro acabou deixando a reunião e partindo para Brasília sem falar com a imprensa. Wilson, por sua vez, avaliou o encontro como pouco produtivo, já que não se encontrou uma solução efetiva para a crise na Santa Casa.
“Avalio a reunião como pouco produtiva. O senador Wellington [Fagundes] (PR) foi muito feliz quando disse que foi mais uma reunião com pouca resolução”, disse o deputado, classificando o encontro como “um show de vaidades”.
Presidente em exercício da Assembleia Legislativa, a deputada Janaina Riva (MDB) lembrou que o ministro cobrou pela terceira vez a prestação de contas do hospital e se disse envergonhada em pedir auxílio sem apresentar o que foi cobrado em troca.
Representando outros hospitais filantrópicos, o médico Marcelo Sandrin, que dirige o Santa Helena, destacou que, no geral, os hospitais fazem o dever de casa, mas que precisam de mais ajuda da União para que os atendimentos continuem com excelência.