A direção da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) anunciou nesta semana racionamento e suspensão de serviços para evitar a interrupção das atividades. Provocado sobre o assunto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub aproveitou para criticar a gestão.
O ministro disse que todas as universidades federais sofreram contingenciamento no orçamento, mas que só a de Mato Grosso teve a energia cortada. Ele chegou a comparar a gestão da reitora Myrian Serra às obras do VLT e da Arena Pantanal, que até o momento estão paradas ou que funcionam precariamente, no caso do complexo esportivo.
“Eu acho que a gestão da reitora fala por si, não queria polemizar com ela, mas na primeira conversa que tive com ela, havia uma divida com energia há um ano e meio, o recurso foi liberado, mas o dinheiro não foi usado para pagar a conta de luz, ela ficou incomunicável [durante o episódio do corte de luz], Mato Grosso vai se ajustar e terá um rumo mais positivo no futuro”, disse.
Abraham disse que a partir deste mês de setembro o Ministério da Educação vai fazer um “descontingenciamento” dos recursos. O ministro garantiu que a UFMT não será prejudicada pela União na liberação dos recursos.
“Os recursos vão fluir. Não houve no Brasil todo paralisação ou universidade fechada, o único caso foi aqui, nós do MEC que tivemos que ligar para a concessionária para religar a energia”, comentou.
Seguiu dizendo que a UFMT tem o terceiro maior orçamento público de Mato Grosso, perde somente para o Governo do Estado e para a Prefeitura de Cuiabá. “Essa senhora administra um orçamento bilionário, não é pouco dinheiro que está nas mãos dela”, comentou.
Aceno aos professores
O ministro também fez aceno aos professores do ensino básico. Segundo ele, nos governos de esquerda, os professores não foram valorizados da forma que deveria. O ministro revelou que um professor universitário no país recebe de R$ 15 a 20 mil e trabalha cerca de oito horas em sala de aula. Já os professores da educação básica trabalha muito e recebe menos.
Protesto no aeroporto
Os professores e alunos da rede federal aproveitaram a visita do ministro ao estado para protestar contra o que classificam como desmonte da educação pública no país. De forma mais incisiva, eles questionaram o programa Future-se e contra a militarização das escolas públicas [programa anunciado nesta quinta pelo governo federal].
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