O Conselho Superior do Ministério Público Estadual decidiu, por unanimidade, pela exoneração do promotor Fábio Camilo da Silva. O promotor teve episódios de surto durante um final de semana em julho de 2017 tendo cometido abuso de autoridade e injúria contra diversos agentes públicos nos municípios de Terra Nova do Norte e Peixoto de Azevedo.
Á época, o promotor fazia parte do Ministério Público Estadual (MPE) havia apenas três meses e, por isso, ainda cumpria o período de “estágio probatório”. Depois dos episódios, Fábio Camilo foi afastado de suas atividades – ele estava lotado em Guarantã do Norte (700 km de Cuiabá).
Fábio Camilo sofre de transtorno bipolar, que poderia ter chegado a um surto psicótico pelo consumo de bebida alcoólica. O agora ex-promotor reside em Campo Grande, onde sua família o internou em uma clínica para tratamento. O Conselho Superior decidiu que ele não tinha condições de exercer suas funções no MPE.
Confusões
Fábio Camilo da Silva foi abordado por policiais militares em três ocasiões diferentes naquele final de semana de julho, mas não foi detido porque possuía prerrogativa de função.
No sábado, ele se desentendeu com PMs no município de Terra Nova do Norte depois de ser abordado devido a uma discussão e por dirigir veículo com sinais de embriaguez.
Em gravações feitas pelos policiais, ele aparece sem camisa encarando um PM, “tomando um banho” de um líquido de cor amarelada, jogando o quepe (boné) de um deles no chão, entre outras situações. Fábio foi algemado e levado a uma delegacia, mas foi liberado em seguida.
Na madrugada de domingo, ele se envolveu em uma confusão no hotel Sedna, em Guarantã do Norte, por estar supostamente ameaçando hóspedes. Um funcionário chamou a polícia e o promotor foi embora.
Pela manhã do mesmo domingo, Fábio Camilo foi abordado uma terceira vez. Ele teria quebrado uma porta de vidro da emissora TV Migrantes, afiliada ao SBT, e foi registrado em vídeo usando uma toga e pronunciando orações em latim no local.
Ele foi conduzido à delegacia e depois encaminhado a um hospital da cidade por apresentar ferimentos na perna. Depois, foi internado em Sinop – no Hospital Regional, ele ainda atacou enfermeiros e teve de ser mais uma vez contido por policiais. Os exames indicaram que o promotor teve um surto psicótico.