Cidades

Michael B. Jordan revela inspiração em Cidade de Deus para fazer vilão de Pantera Negra

5 minutos de leitura
Michael B. Jordan revela inspiração em Cidade de Deus para fazer vilão de Pantera Negra
Pantera Negra Cidade de Deus

A esquerda o vilão de Pantera Negra. A direita o temível criminoso Zé Pequeno, de Cidade de Deus.

Em entrevista exclusiva para o jornal O Globo, o ator Michael B. Jordan revelou detalhes de suas influências para viver o personagem Killmonger, vilão de Pantera Negra. O ator indicou que uma das inspirações para viver o vilão teria saído do longa brasileiro “Cidade de Deus” de Fernando Meirelles e Kátia Lund, indicado a 4 Óscars.

“Quando a gente fez “Fruitvale Station” vimos o filme várias vezes. E pensamos em como nós, frutos do gueto, conseguíamos entender, até sem som, os personagens do Rio de Janeiro. Fiz pesquisa para meu personagem vendo o filme de Fernando Meirelles e Kátia Lund, e ele se tornou um de meus favoritos na vida. Quando Ryan disse que ele queria que os meninos de “Cidade de Deus” se vissem na tela em “Pantera negra” ele resumiu de uma forma bem crua o sumo deste nosso papo.” disse o ator.

Jordan também comentou sobre seu personagem viver em um projeto habitacional e as correlações do que é visto nas telonas, com a realidade vista todos os dias: “A ideia era fazer as duas coisas ao mesmo tempo: um filme de aventura com cenas de ação inovadoras, passadas inclusive no projeto habitacional, mas também tratar de temas que são importantes para nós. Killmonger é um vilão com um passado, ele tem motivos para a revolta social e política que acaba sendo o centro da história. Isso também é inovador, ele sofre com a opressão sistêmica do modelo social americano. O combustível da raiva dele é explicitado de uma forma propositadamente expansiva. Creio que a trajetória dele é similar à de pessoas oprimidas em outras realidades, como o Brasil.” afirma.

Ainda quando questionado sobre a questão da representatividade dos negros nas telas do cinema, o ator comentou que realizar um filme que dialogasse com nossa realidade sempre esteve nos planos do diretor Ryan Coogler (Creed, Fruitvale Station: A Última Parada)

“Eu sabia que o Ryan iria fazer algo com a impressão digital dele, o que significaria entrar sem panos quentes na questão do imaginário dos negros no produto mais simbólico — e lucrativo — hoje da indústria do entretenimento, o filme de super-herói. Pode até não parecer, afinal estamos falando de cinema-pipoca, mas este movimento é de uma importância enorme. Assinei o contrato para fazer o Killmonger como um presente para o menino Michael, de 10 anos, tentando sem sucesso, lá atrás, encontrar alguém parecido com ele nos gibis e no cinema, um super-herói, uma geografia, que dialogasse com minha vida real.”

Quando questionado sobre essa questão não ser restrita aos heróis de quadrinhos, Jordan comenta: “Concordo. A falta de representatividade de minorias étnicas nos EUA, centro da produção audiovisual mundial, é ampla, geral e irrestrita e aparece também em gêneros como ficção científica e até nas comedias românticas. É como se nós, negros, tivéssemos de imaginar com mais força o que nos é vendido em roteiros centrados quase sempre em experiências próximas dos brancos. Criança, eu queria ser o Wolverine. Quis até ser o Magneto, o vilão dos X-Men. Mas era desejo contido, eles eram claramente brancos. Até que um dia eu vi o Wesley Snipes fazendo o “Blade” no cinema. Ali eu achei que as coisas poderiam avançar um dia. Pô, ele se parecia comigo! (risos)

Pantera Negra estreia em todos os cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15).

Marvel Studios / Reprodução

Pantera Negra Cidade de Deus 2


Sobre Pantera Negra
Depois de ser educado nas melhores escolas europeias e dos EUA, T’Challa volta para assumir a liderança da nação africana Wakanda. Sob sua orientação, o pequeno país torna-se uma das nações mais ricas e avançadas de todo o planeta. Durante uma cerimônia de iniciação de seu povo, o Pantera Negra ingeriu uma erva mística – reservada aos reis -, que lhe conferiu poderes sobre-humanos, tais como sentidos aguçados, força, velocidade e resistência acima dos níveis normais. É um exímio ginasta e acrobata, além de conhecer artes marciais africanas e ser um excelente rastreador.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes