Apesar do suposto acordo entre caminhoneiros e governo, anunciado pelo ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nessa quinta-feira (24), a greve dos caminhoneiros irá continuar.
O presidente do Sindicato de Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, disse ao LIVRE que os caminhoneiros autônomos estão decididos a seguir com as mobilizações.
Assim que o acordo foi divulgado, a Polícia Rodoviária Federal informou por meio de nota que iniciaria, já na quinta-feira (24) a noite, o monitoramento da possível desmobilização nas rodovias federais. Frisando que a obstrução de vias, bloqueio, interrupção ou perturbação deliberada do fluxo nas rodovias mesmo que parcial, utilizando-se de veículo parado sobre a via, é infração gravíssima, passível de autuação e apreensão do veículo pela PRF, conforme o artigo 253-A do Código de Trânsito Brasileiro.
Porém, a assessoria da Rota do Oeste disse que nos trechos das rodovias de Mato Grosso administrados pela concessionária os bloqueios não foram retirados até a manhã desta sexta-feira (25). Somente nestes trechos, existem 11 pontos de bloqueios. Ao todo, segundo a Polícia Rodoviária Federal, as rodovias de Mato Grosso ainda possuem 25 pontos de concentração de protestos.
Os postos em todo Estado, desde a quinta-feira (24), já começavam a ficar sem combustíveis. A manifestação já está em seu quinto dia. Dezenas de pessoas fizeram estoques de combustível em postos da Capital.
Os caminhoneiros pedem que seja fixado um valor mínimo para frete nacional; o corte total do imposto PIS/CONFINS sobre o diesel e a gasolina; redução dos pedágios para caminhoneiros; fim da CIDE (que vem sendo parcialmente cumprido pelo governo); a renegociação das dívidas dos caminhoneiros; e estradas em bom estado.
Em uma nota, os manifestantes afirmaram que caso as reivindicações não sejam atendidas até a segunda-feira (28), irão paralisar ainda mais a partir da terça-feira (29), bloqueando totalmente todas as estradas federais e deixando apenas veículos de polícias, ambulâncias e bombeiros passarem e paralisando totalmente os portos e aeroportos.
Conforme a nota, caso chegue a esse ponto, eles prometem incluir novas reivindicações, como o pedido de renúncia do presidente Michel Temer e dos presidentes do Senado e da Câmara Federal e eleições antecipadas.
Os manifestantes seguem pedindo apoio da população, os convidando a “lutar pelo Brasil”. “Quem quebrou a economia do país foi o roubo de vocês, políticos. Acabou a brincadeira. O prazo está dado e o relógio correndo”, dizem em trecho da nota.
O sindicato Rural divulgou um vídeo afirmando que a partir dessa sexta-feira (25) também passaria a apoiar a greve. Veja: