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Meses após morte de jovem com doença rara, mãe e padastro também morrem

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Meses após morte de jovem com doença rara, mãe e padastro também morrem

No dia 1º de julho deste ano, o jovem Sérgio Luiz Ferreira da Silva morreu aos 19 anos, contrariando a expectativa de vida de apenas um mês, ao nascer com uma doença genética rara. Pouco mais de quatro meses depois, partiu sua mãe, Rita de Cássia, mulher que cuidou incansavelmente do filho durante toda a vida dele. E na noite dessa quinta-feira (13), morreu o padrasto Welington Gonçalves de Morais, diagnosticado com neurotoxoplasmose, doença que ataca o sistema nervoso central; a família, no entanto, acredita que Welington “morreu de tristeza”.

As informações da morte do companheiro de Rita de Cássia foi divulgada nas redes sociais de uma amiga: “deixou nosso coração triste, que Deus console toda família e amigos”, escreveu.

Segundo uma das filhas de Welington, Lauírce, de 18 anos, ele estava internado há uma semana, devido à piora do caso, após a morte da esposa. “Ele tinha neurotoxoplasmose, mas foi depois que a Rita morreu que ele ficou bem ruim. Passou a sentir muita dor de cabeça, perder os movimentos e a usar fraldas. Até que na quarta-feira ele foi entubado e veio a falecer às 22 horas de ontem. Os médicos dizem que foi a doença, mas acredito que foi muito mais emocional”, relata a jovem.

A neurotoxoplasmose, também chamada por toxoplasmose cerebral, é uma infecção no cérebro que ocorre em pessoas com imunidade baixa. Welington deixa outros dois filhos, já maiores de idade.

A família de Welington e Rita ficou conhecida pela longa batalha de Serginho contra a doença, chamada epidermólise bolhosa, considerada rara e complexa. O jovem cresceu, lutou e inspirou muita gente em Mato Grosso. Ele dava palestras motivacionais para falar de seu caso de superação.

Lição de vida

Serginho, desde cedo, mostrou-se ser um grande sobrevivente: nasceu com uma doença genética rara e recebeu a “sentença” médica de apenas um mês de vida. Contrariando os médicos, cresceu, lutou e inspirou muita gente, por meio de suas palestras. O menino nunca chegou a andar. Saiu do carrinho de bebê para uma cadeira de rodas e teve seu desenvolvimento afetado – e mesmo com sua doença, que causa a descamação da pele e, por consequência, maior sensibilidade, não se deixava esmorecer. Era fonte de alegria para quem o cercava.

A história do menino também é marcada por solidariedade. Em razão das condições da família, Serginho, sempre querido na vizinhança, contava com ajuda da população para a aquisição de medicamentos e custeio de tratamentos. Serginho chegou a ser atendido em um hospital de São Paulo, onde fazia radioterapia. No entanto, o alto valor do tratamento fez com que a família precisasse continuá-lo no Hospital Júlio Müller, em Cuiabá.

Em razão de um tumor no joelho, Serginho chegou a ter uma das pernas amputadas no ano passado. O momento trouxe tristeza. Mesmo sem nunca ter andado, ele sentia falta da perna, mas sabia que era o melhor, já que o membro lhe trazia dor. Em diversas entrevistas, Serginho se dizia grato pela solidariedade das pessoas. Dizia ser um garoto feliz e querido.

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