Meninas têm melhor desempenho que meninos em leitura no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018. Elas obtiveram 30 pontos a mais na prova, o que equivale a quase um ano de estudos de diferença em relação aos meninos.
Os resultados da avaliação, que é referência mundial, foram divulgados esta terça-feira (3), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O resultado é a média dos países da OCDE, grupo formado por 37 países, entre eles, Canadá, Finlândia, Japão e Chile. No Brasil, não é muito diferente, as meninas tiraram 26 pontos a mais que os meninos em leitura.
Elas também tiveram, entre os países da OCDE, um desempenho levemente superior em ciências: dois pontos a mais que os meninos.
Os meninos, no entanto, superaram as meninas em cinco pontos em matemática entre os países da OCDE. No Brasil, a diferença foi maior, de nove pontos a mais para eles, em média.
Impacto no futuro
De acordo com os dados coletados pelo Pisa, no Brasil, há diferenças entre os dois grupos na hora de escolher a profissão que vão seguir.
Entre os meninos, por conta das melhores performances em matemática ou ciências, cerca de um a cada três espera, aos 30 anos, estar trabalhando com engenharia ou como cientista. Entre as meninas, apenas um a cada cinco esperam o mesmo.
Entre elas, cerca de duas a cada cinco esperam trabalhar em profissões ligadas à saúde. No caso dos meninos, um a cada quatro esperam seguir as mesmas carreiras.
Apenas 4% dos meninos e quase nenhuma menina pretende trabalhar com profissões ligadas a tecnologia da informação e comunicação.
O Pisa é aplicado a cada três anos e avalia estudantes de 15 anos quanto aos conhecimentos em leitura, matemática e ciências.
Os países também podem optar por participar das avaliações de competência financeira e resolução colaborativa de problemas.
Em 2018, o Pisa foi aplicado em 79 países e regiões a 600 mil estudantes. No Brasil, cerca de 10,7 mil estudantes de 638 escolas fizeram as provas.