O governador Mauro Mendes (União Brasil) disse que deve ter conversa privada com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na visita dele a Cuiabá, na terça-feira (19), mas o encontro não envolveria discussão de critérios para acordo entre os partidos em Mato Grosso.
Segundo Mendes, ficará de fora a hipótese de assegurar palanque para Bolsonaro no Estado, via uma chapa ao Senado encabeçada pelo presidente do PL estadual, senador Wellington Fagundes.
“[O acordo] não é algo que se vai discutir necessariamente com liderança nacional”, disse. A informação de bastidores é que ex-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, deixou o governo para articular o cargo de primeiro suplente na campanha de reeleição de Fagundes.
A informação movimentou o grupo de aliados de Mauro Mendes, que inclui o deputado federal Neri Geller (PP), pré-candidato ao Senado. Geller mobilizou seus apoiadores no MDB, PSD e PSB para anunciar a força de pré-candidato.
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Desde então, ambos passaram a medir força por influência de seus partidos na base aliada de Bolsonaro no Congresso. O posicionamento de Mauro Mendes agora caminha no sentido contrário.
Wellington Fagundes e o deputado federal Neri Geller vem afirmando que a definição do apoio de Bolsonaro está sendo tratada diretamente pelos líderes de seus partidos. O peso deles está na filiação de Bolsonaro ao PL e nas peças-chaves do PP em Brasília, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Apoio à candidatura própria
Mauro Mendes, porém, admitiu que quer o apoio de Bolsonaro. Ele disse que seria um nome de peso na sua eventual campanha de reeleição, assim como ele busca o apoio de lideranças estaduais.
“O presidente é o presidente, né? O apoio dele é bem-vindo e eu gostaria de ter o apoio de todos os mato-grossenses e todo brasileiro que queira apoiar meu projeto, se for candidato”, comentou.
Há alguns dias, o governador já tinha dito estar mais “ao campo de Bolsonaro do que ao de Lula”. Contudo, o espaço político depende das decisões do União Brasil em nível nacional. O partido ainda aposta no lançamento da candidatura de Luciano Bivar, ex-aliado de Bolsonaro, à Presidência em 2022.
Em nota divulgada hoje, a executiva disse que a decisão é unânime e próximo passo será buscar acordo com partidos que querem um candidato de terceira via.