A produção de leite em Mato Grosso pode dobrar nos próximos anos e elevar o Estado para o ranking dos maiores produtores do país. A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) diz que a média diária por animal pode passar de 4 litros para dez.
O volume colocaria Mato Grosso no mesmo patamar de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, com produção diária entre 8 e 10 litros por animal.
Anualmente, o volume local varia em torno de 1 milhão de litros, dando a 11ª posição no ranking nacional.
Fator DNA
A diferença na produção de Mato Grosso para outros Estados está na qualidade genética dos animais e na alimentação. O secretário de Agricultura Familiar, Silvano Amaral, diz que esses fatores devem ser melhorados na próxima década para impulsionar a capacidade de extração.
“Na cadeia econômica da agricultura familiar, o leite é muito forte. Foi observando isso que percebemos que um dos grandes problemas hoje está na produção – a média de Mato Grosso é de quatro litros -, na alimentação – bom animal sem boa alimentação não produz leite”, afirmou.
Cerca de 21 mil pequenos agricultores têm produção diária de leite voltada para venda a laticínios. O volume e a qualidade do produto variam dentre 131 cidades mapeadas com agricultores no ramo.
“Nós temos outros fatores que contribuem para isso. Se compararmos com Rio Grande do Sul, Mato Grosso é maior, o clima é mais quente, silagem é produzida aqui. Falta melhorar o desempenho genético”, diz o secretário.
Trabalho genético
A Seaf assiste produtores em 33 municípios com trabalho de melhoramento genético e incentivo de compra de animal com melhor DNA. As duas frentes têm desenvolvimentos diferentes e os resultados podem aparecer entre 7 e 14 anos.
A modificação genética inclui a distribuição de sêmen de animais classificados com capacidade maior de produção e depende de uma cadeia de 14 anos, de inseminações seguidas, para chegar a um tipo mais puro de bovino.
Nos últimos anos, foram distribuídos a pequenos agricultores 7,5 mil doses de sêmen bovino sexado (fêmea) e 7,5 mil doses de sêmen convencional (podendo ser macho ou fêmea).
Todas essas doses são de cinco raças com forte potencial para produção leiteira: Holandesa, Jersey, Girolando 3/4, Girolando 5/8 e Gir leiteiro.
Também foram realizados 850 prenhezes, fertilização em laboratório, e em seguida a transferência de embrião para a vaca.
O incentivo de compra é negociado por meio de cooperativas. O produtor que adquirir um animal de forte potencial, a secretaria diz que acrescenta mais um para impulsionar a troca.