Um tratamento dentário virou caso de polícia em Cuiabá. Um paciente registrou boletim de ocorrência acusando uma profissional e uma clínica pelas práticas de lesão corporal, tortura e estelionato.
O homem procurou a delegacia na última sexta-feira (13), por volta das 17h. Queria, além de registrar a queixa, realizar um exame de corpo e delito que comprovasse as lesões que sofreu.
Segundo o boletim de ocorrência, ele pagou cerca de R$ 9,4 mil para remover todos os dentes da parte superior de sua boca e substituí-los por implantes. O tratamento incluía ainda alinhamento e outros procedimentos na parte inferior.
O que aconteceu, conforme sua versão aos policiais, no entanto, foi que ele permaneceu por seis meses apenas com os pinos – sem os dentes implantados. E isso teria resultado em uma verdadeira mutilação de sua boca.
De acordo com o relato, todas as vezes que precisava se alimentar, o homem acabava com a língua e parte interna da boca cortados. Ao procurar a clínica em que realizava o tratamento para resolver a situação, ele era tratado com “descaso profissional”.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, o paciente até conseguiu que os dentes fossem implantados, mas a falta de qualidade do material teria feito com que eles quebrassem pouco tempo depois.
Com isso, os pinos voltaram a aparecer, as lesões se repetiram e o paciente ainda era submetido a constante constrangimento perante outras pessoas.
“O descaso dos profissionais que lhe atenderam é pior que o tratamento dado pelo pior nazista ao melhor dos judeus”, escreveu o policial que registrou o boletim de ocorrência, reproduzindo as palavras do paciente.
Além do exame de corpo e delito, o homem requereu que a polícia encaminhe cópia do inquérito policial ao Conselho Regional de Odontologia. Sua intenção é que a clínica seja fechada e o registro da profissional que o atendeu seja cassado.
O LIVRE não vai citar o nome da clínica e da profissional acusada por ainda não ter conseguido contato para saber a versão deles da história.