Médicos que atuam em Várzea Grande querem explicações da Prefeitura sobre o pagamento de plantões, verbas indenizatórias, horas extras e “auxílio covid-19”.
Conforme o diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed), Adeildo Lucena, os pagamentos não estão sendo com a regularidade acordada.
Ele conta que não existe um critério claro para os repasses e alguns profissionais estão há cerca de 6 meses sem receber a bonificação, enquanto outros têm menos tempo de atraso.
A mesma falta de “parâmetro” acontece no caso do “auxílio covid”, que não foi pago para quem atua no setor exclusivo das unidades de saúde para a doença, porém chegou para quem está em outras áreas.
Segundo Lucena, a situação tem feito alguns médicos se desligarem do serviço no pronto-socorro. Um problema financeiro que se soma a condições de trabalho arriscadas, sobrecarga e falta de estrutura.
“Temos relatos de que não existe banheiro para os profissionais no setor de covid e que, depois que eles entram no local, não podem mais sair. Caso façam isso, levam contaminação para o resto do pronto-socorro”, ele exemplifica.
Outro ponto que afeta quem trabalha no pronto-socorro de Várzea Grande é a lotação. Já faltam leitos e a demanda é crescente.
Nessa terça-feira (9), em uma assembleia online, os profissionais definiram que, além de solicitar esclarecimentos por parte da Prefeitura, vão se manter em em estado de assembleia permanente e encaminhar para o Ministério Público Estadual denúncias sobre a faltas de equipamentos e déficit de leitos para internação de pacientes com a covid-19.
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“O médico está honrando seu compromisso com a instituição e com os pacientes. O mínimo que se espera seria a decência da Prefeitura em honrar o combinado com a categoria”.
O que diz a Prefeitura?
A Prefeitura de Várzea Grande garantiu, por meio da assessoria de imprensa, que todos os direitos dos médicos estão sendo pagos e auditados. Ainda assegurou que, caso haja erro comprovado, a gestão está pronta para reparar.
Conforme o município, as reclamações que tiveram conhecimento dizem respeito ao pagamento em duplicidade, ou seja, quando um médico pede para outro fazer a substituição e ambos querem receber pelo serviço.
Outra demanda já apresentada é a incorporação da premiações ao salário base, o que a Prefeitura vê com uma falta de responsabilidade, tendo em vista que são ganhos distintos.