Acusado de agressão por ex-namoradas, e preso desde o dia 25 de março, depois que teria ameaçado “retalhar” a filha da atual companheira, o médico Emilson Miranda Júnior, de 30 anos, conseguiu liberdade na Justiça de Mato Grosso. Em contrapartida, ele deverá ser submetido a um tratamento psicológico.
A decisão é da juíza Tatiane Colombo, da 2ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá (MT).
De acordo com o site Ponto na Curva, que divulgou a decisão que segue em segredo de Justiça, a soltura do acusado se deu porque a juíza considerou “medida extrema” a manutenção da prisão cautelar do médico antes do trânsito em julgado do caso.
Também para fundamentar a decisão, a magistrada teria observado que a namorada, que foi agredida por Emilson, teria mantido contato com ele, indo ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) onde ele se encontrava preso. A vítima também teria pedido revogação das medidas protetivas que havia solicitado.
Como medida cautelar para colocá-lo em liberdade, a juíza determinou que Emilson seja submetido a tratamento com psicólogo e psiquiatra, não se aproxime da filha da namorada e nem do pai dela, não deixe a cidade sem autorização judicial e comunique a Justiça sobre eventual mudança de endereço.
Agressivo
Edmilson foi preso no dia 25 de março, depois de ser acusado de espancar a namorada, de 39 anos. O caso aconteceu em um bairro nobre da capital mato-grossense, no dia 15 de fevereiro, durante uma discussão do casal.
Segundo a namorada contou à polícia, ela estava na casa de Emilson quando ele passou a xingá-la e, em seguida, agredi-la. Ela conseguiu ir para a cozinha e foi socorrida pela sogra, que abriu a porta para que ela fugisse da casa.
Com ajuda da sogra, a mulher pediu socorro ao vizinho da frente, e ligou para o ex-marido, que é juiz da Vara de Violência Doméstica em Cuiabá. Ele a orientou a chamar a polícia e pedir medida protetiva.
Ao registrar o caso na polícia, a mulher ainda afirmou que Emilson ameaçou cortar sua filha, que é fruto de outra relação, “em mil pedaços”. Ela também teria sido proibida de contar sobre a agressão ao ex-marido. Se o fizesse, Emilson iria matar o magistrado.
Além desse caso, também pesa contra o médico outras denúncias feitas por namoradas. Em 2016 ele teria perseguido a ex-namorada, no intuito de reatar o relacionamento, e chegou a ir em seu ambiente de trabalho, ameaçando pedir sua demissão.
No ano seguinte, outra namorada registrou boletim de ocorrência alegando que ele apresentava comportamento possessivo. Segundo a mulher, que tinha 35 anos, ele chegou a agredi-la com tapa no rosto e soco na nuca, além de tê-la xingado. A mulher pediu medidas protetivas contra ele, e acabou registrando outros dois BOs por descumprimento da ordem judicial.