A médica Letícia Franco, 38 anos, que desde 2011 lutava contra a Síndrome Asia, uma doença degenerativa que ainda não tem cura, morreu na madrugada desta quinta-feira (5) em Cuiabá.
Letícia ficou famosa no dia 1º de março de 2018 quando divulgou a pretensão de ser submetida a eutanásia na Suíça. Sua história virou notícia em todo Brasil e rodou o mundo.
Foram anos de dores, sofrimento, internações e muita luta devido à doença, originária de uma reação ao implante de silicone. Letícia foi, sem dúvida, um exemplo de resiliência.
Nas várias vezes que recebeu o LIVRE, apesar das dores, estava sempre com sorriso no rosto e dedicada a de alguma forma ajudar o próximo. Aliás, essa foi sua missão em vida.
Inclusive, após desistir da eutanásia, ela havia resolvido que doaria seu corpo para estudos após a morte, queria poder ajudar a encontrar uma cura para sua doença, a Síndrome Ásia. Dizia: “Não quero morrer em vão“.
Infelizmente, o médico israelense Yehuda Shoenfeld, especialista na doença dela, a Síndrome Asia, desistiu de continuar as pesquisas e a doação talvez não seja possível.
Mas, antes de partir, Letícia ainda fez algo que sonhava. Divulgou, incansavelmente, por todo Brasil, a possibilidade de fazer um exame pré-cirúrgico antes da colocação de próteses de silicone para saber se a pessoa tem propensão, ao colocar prótese de silicone, a desenvolver a Síndrome Ásia.
Ela não queria parar por aí. Em sua última conversa com a reportagem, há poucas semanas, disse estar bem, planejava escrever um livro e dizia estar encontrando formas de ter qualidade de vida.
Na madrugada desta quinta-feira (5), descansou. O velório será na Capela Dom Bosco, em Cuiabá.