Cuiabá

Médica faz “birra” e mulher quase morre sem atendimento em Cuiabá

A vítima chegou a ficar roxa, sem respirar, mas a médica se recusou a atender a ocorrência por birra com a Polícia Militar

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Médica faz “birra” e mulher quase morre sem atendimento em Cuiabá
Imagem Ilustrativa (Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

Policiais militares tiveram um duplo serviço na madrugada dessa quinta-feira (6). Além de atenderem um acidente primeiramente como equipe militar, ainda precisaram fazer a vez de ambulância porque, segundo os militares, uma médica do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) se recusou a enviar uma equipe para fazer o salvamento da vítima.

O caso teve início por volta de 0h15, quando uma equipe da PM viu um acidente na Avenida Barão de Melgaço, no Centro Norte de Cuiabá, e acionou outro equipe, pois já estava em outra ocorrência.

Outro equipe, então, foi até o local e encontrou uma motocicleta Honda Fun preta caída no chão, com uma jovem de 27 anos também no chão reclamando de falta de ar e dores no peito, e outra de 26 anos sangrando e com um corte na cabeça.

Os militares acionaram o Samu imediatamente e a atendente transferiu a ligação para a médica plantonista. Porém, essa transferência demorou alguns minutos.

Quando a médica atendeu, os policiais falaram sobre a urgência do caso, por uma vítima ter um ferimento na cabeça e a outra sem conseguir respirar, mas a médica entendeu que eles estavam exaltados.

Os policiais tentaram explicar que apenas estavam falando sobre a demora no atendimento, mas a médica desligou a ligação.

Enquanto a equipe pedia ajuda, a vítima que estava com falta de ar desmaiou, parou de respirar e começou a ficar roxa. Desesperados e vendo o risco de a vítima morrer, os policiais começaram a fazer a reanimação cardio-pulmonar.

Eles fizeram a solicitação do Samu via rádio novamente e informaram a situação para o Ciosp e outra equipe da PM ouviu. Esta equipe, então, foi até a base do Samu e viu que havia uma ambulância parada.

Os militares questionaram porque essa ambulância não estava atendendo a ocorrência e foram informados por uma funcionária de que a ambulância não sairia sem autorização da médica plantonista.

A equipe ligou para o oficial de área da 21ª Companhia Independente da Polícia Militar e contou o que estava acontecendo e este ligou para o Samu.

A médica plantonista, então, disse ao oficial que já havia duas ligações de solicitações para essa ocorrência, mas que na primeira a equipe da PM não passou maiores informações, pois “a guarnição havia sido mal educada”, consta no boletim de ocorrência.

Levada para o pronto-socorro

Vendo que a médica não estava atendendo a ocorrência simplesmente porque não queria e que a vítima corria risco de vida, os policiais colocaram a jovem na viatura e a levaram para o Hospital Municipal de Cuiabá, onde ela chegou com vida e foi socorrida pela equipe plantonista, que a levou para a emergência.

A outra vítima também foi levada para o hospital pela Polícia Militar, pela equipe do oficial de área, já que o Samu seguiu se recusando a atender a ocorrência.

O caso foi registrado na Central de Flagrantes de Cuiabá como “ocorrências atípicas”.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que um problema de comunicação no primeiro chamado acarretou a confusão.

Confira a nota na íntegra: 

A Secretaria Estadual de Saúde, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), esclarece que recebeu na madrugada desta sexta-feira (07) duas ligações para atender um acidente na Avenida Barão de Melgaço, em Cuiabá.

Na primeira ligação, a médica plantonista não conseguiu estabelecer uma comunicação clara com o solicitante, conforme o protocolo estabelece.

Em seguida, outra ligação foi recebida, desta vez um segundo solicitante passou as informações necessárias ao atendimento do chamado e disse que não precisava mais do serviço, pois ele mesmo levaria as vítimas a uma unidade de saúde.

É importante pontuar que a ambulância só sai da base do Samu quando o chamado é concluído e a regulação do atendimento é realizada, fato que não ocorreu nessa situação, por isso a viatura ainda estava na base.

(Atualizada às 17h10)

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