O deputado federal José Medeiros (Podemos) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta divulgação de “notícias falsas (fake news) sobre as urnas eletrônicas”.
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, assinante da ação, diz que o parlamentar “falseou” documentos de uma eleição interna no Hospital Militar para alegar insegurança no sistema das urnas.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) diz que Medeiros associou uma denúncia sobre a escolha de novos diretores de uma entidade privada à eleição para cargos públicos, a fim de impulsionar a instalação do voto impresso, que estava em debate na Câmara Federal.
“De má-fé, o parlamentar falseia a realidade dos fatos, em mais um gesto da sua cruzada pelo retorno do voto impresso, sistema utilizado no passado com ocorrências frequentes de fraudes e manipulação de resultados, o que atentava contra a vontade soberana do eleitor brasileiro de escolher livremente seus representantes”, disse o procurador-geral.
A denúncia do Ministério Público foi protocolada no dia 19 e foi sorteada para análise da ministra Carmén Lúcia.
O caso
A eleição ocorreu em 2019 para escolha da nova direção do Hospital Militar, em Cuiabá. Antes do procedimento, o Ministério Público fez duas denúncias contra o então presidente da entidade, Ricardo de Almeida Gil, que apoiava a chapa única que concorria aos cargos.
Denúncias apontavam que teriam sido produzidos boletins falsos das urnas utilizadas na eleição interna para adulterar o resultado, porém não haveria suspeita sobre a segurança das urnas eletrônicas. A investigação é conduzida sob sigilo.
Conforme o procurador-geral José Antônio Borges, José Medeiros publicou documentos sigilosos em redes sociais em contexto de discussão sobre o voto impresso, para induzir a supostas falhas no sistema de votação nacional.
O que diz José Medeiros?
Em nota, o parlamentar afirma que vai acionar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para investigar o possível uso político do Ministério Público de Mato Grosso, por causa de uma “visível perseguição política” e “uso” do órgão para barrar o debate democrático.
“Infelizmente, essa narrativa do procurador-geral de taxar a verdade dos fatos de fake news não é diferente dos ataques que estão fazendo contra o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados em todo o país”, afirmou.