“A bola está nas mãos do Congresso Nacional, que não tem coragem de fazer os grandes enfrentamentos que o país precisa”. A crítica foi feita pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), em evento na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) nesta quinta-feira (16), devido ao que classificou como burocracia das leis quanto à aplicabilidade dos recursos públicos e à flexibilidade quando se referem a punição por crimes contra a administração pública.
As declarações do governador diziam respeito à situação das estradas e pontes do estado, bem como a progressão de pena do ex-governador Silval Barbosa, condenado a mais de 25 anos por crimes de corrupção e liberado da prisão domiciliar nessa quarta-feira (15).
Primeiro, numa crítica ao que chamou de falta de planejamento do antecessor Pedro Taques (PSDB), Mauro Mendes disparou que em várias regiões do estado foi feita a estrada, mas não a ponte, ou a ponte, mas não a estrada, ou até mesmo a ponte e a estrada, mas não o encabeçamento. “Isso é uma total irresponsabilidade com o dinheiro público, é inadmissível”.
Segundo ele, mesmo que haja pouco dinheiro, ele precisa ser bem investido e dar resultado para a população. “Agora, consertar isso tudo não é tão simples. As vezes não tem licitação, não tem projeto e isso, lamentavelmente, é demorado na administração pública. Se eu não tivesse que cumprir a Lei das Licitações, responder ao Ministério Público, eu garanto que daria muito mais efetividade ao dinheiro público, mas não fui eu que fiz e que faço as leis federais que regem a administração pública”.
Já em relação ao ex-governador Silval Barbosa, o democrata pontuou que julgá-lo é uma responsabilidade da Justiça e que, como chefe do Executivo, não entraria nesse mérito, mas como cidadão gostaria que todos aqueles que praticam crimes contra a administração pública tivessem penas mais duras.
“Lamentavelmente isso não está acontecendo no Brasil e também não depende no Ministério Público e do Judiciário, porque eles julgam, prendem e processam de acordo com as leis brasileiras. Um dos enfrentamentos que o Congresso Nacional precisa fazer é criar leis mais duras, mais penosas, mais severas para aqueles que metem a mão no dinheiro público”, finalizou.