O governador Mauro Mendes disse que um veto às obras da Ferrogrão pode transformar em problema a venda de cargas no Brasil. O país teria dificuldades no curto prazo para achar alternativas às rodovias e aumentaria a poluição ambiental, na contramão do mercado mundial.
“Nós lançamos mão de um modelo mais caro, mais poluente, mais ambientalmente incorreto, que é transportar tudo por rodovia. A ferrovia é o segundo modelo mais eficiente de transporte, o mundo todo usa ferrovia. Se nós somos ambientalistas, se queremos uma economia verdadeiramente sustentável, nós temos que fazer uma migração”, disse.
Na semana passada, o Ministério dos Povos Indígenas recomendou à Advocacia Geral da União (AGU) que seja contra a redução de uma unidade de conservação no Pará. A ministra Sônia Guajajara disse que o redimensionamento ocorreu de maneira errada, via uma Medida Provisória (MP).
O documento, de prerrogativa exclusiva da Presidência, foi baixado no governo de Michel Temer. A revisão foi autorizada pelo ex-presidente para autorizar a passagem da Ferrogrão, ligando Mato Grosso ao Pará.
O governador Mauro Mendes disse que o assunto de ferrovias no Brasil é discutido com “muita superficialidade”. Um ponto seria a alegação de abertura em mata para instalação de trilhos e a defesa do meio ambiente.
Especialistas afirmam que o uso intenso do país das rodovias causa mais danos ambientais do que as ferrovias provocariam. Na visão do governador, o modelo atual passará a ser problema em alguns anos.
“É muito comum isso: muita gente fala, muita gente escreve, reproduz coisas com muita superficialidade. Nosso modelo queima muito pneu, queima muito combustível fóssil. A Ferrogrão vai ampliar a nossa capacidade de escoar pelo arco norte”, disse.