O governador eleito Mauro Mendes (DEM) afirmou que vai pedir aos outros Poderes que cortem gastos para ajudar o Estado a sair da crise financeira. Ele estima herdar um governo com cerca de R$ 4 bilhões de dívidas em restos a pagar e já planeja uma reforma administrativa para reduzir o número de pastas e enxugar a estrutura do Estado.
“Se o problema é grana, tem que economizar. Nós temos que economizar. Vamos cortar cargos, despesas, secretarias. Agora só o Executivo vai fazer cortes? Não seria justo. Eu garanto que vou fazer minha parte”, afirmou Mendes ao LIVRE.
Ele negou qualquer intenção de reduzir o repasse aos Poderes sem entrar em acordo com eles. “Eu nunca disse que iria reduzir, mas sim dialogar com os Poderes para mostrar a eles a dura realidade que o Estado vive, o esforço que o Executivo vai fazer para ajudar Mato Grosso a sair dessa crise, e espero colaboração de todos eles, para que ajudem o Estado nesse momento difícil da sua trajetória”, disse.
Orçamento dos Poderes em 2019
O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2019 prevê receitas e despesas no total de R$ 19,7 bilhões para Mato Grosso. A queda é de 3% em comparação com o orçamento deste ano, que é de R$ 20,3 bilhões.
A LOA prevê ligeira queda no orçamento de todos os Poderes, com exceção do Legislativo, que sobe 0,29%, passando de R$ 893,9 milhões para R$ 896,1 milhões. O Poder engloba a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O Judiciário passa de R$ 1,495 bilhão neste ano para R$ 1,486 bilhão no próximo, uma queda de 0,59%. O Ministério Público Estadual (MPE) passa de R$ 459 milhões para R$ 457 milhões, caindo 0,41%. A Defensoria Pública cai 2,69%, passando de R$ 142 milhões para R$ 138 milhões. O Poder Executivo vai de R$ 17,34 bilhões para 16,73 bilhões, com queda de 3,5%.
Orçamento será refeito
Em reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), na quarta-feira (17), o governador Pedro Taques (PSDB) concordou em retirar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para refazer o texto a quatro mãos, em parceria com Mendes. A LDO estabelece as diretrizes para a LOA e deveria ter sido aprovada até julho, mas Botelho segurou a votação justamente para esperar o resultado das eleições.
