O governador Mauro Mendes (DEM) aparou arestas com o presidente Jair Bolsonaro no encontro em Brasília na terça-feira (28) e tentou deixar caminho aberto para uma eventual campanha à reeleição em 2022.
Fonte ouvida pelo LIVRE afirmou que a conversa mais demorada entre os dois, fora da pauta oficial, foi sobre as manifestações de Mendes em cartas, juntamente com outros governadores, à política do Planalto sobre alguns assuntos.
A posição do governador teria sido distorcida intencionalmente por intermediários a Bolsonaro, como estratégia de “política do veneno”.
“É muito veneno na política. A conversa foi para tirar um pouco desse veneno, corrigir as coisas. Os atritos criados foram pacificados e o grupo de pessoas que estavam na reunião se colocou à disposição para apoiar Bolsonaro no ano que vem”, disse a fonte.
Cartas assinadas
Mendes assinou duas cartas divulgadas em março e abril deste ano. Na primeira, um grupo de 16 governadores pedia providência ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suposta incitação a motins e a divulgação fake news por adversários políticos.
Os intermediadores citados pela fonte aparecem nessa carta como “autoridades federais, inclusive no Congresso Nacional”.
Já na segunda, 21 governadores, a maioria dos Estados integrantes da Amazônia Legal, tentaram abrir uma negociação direta com o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a política ambiental. A carta foi enviada às vésperas da Cúpula de Paris, onde havia resistência a Bolsonaro.
Apoio em 2022
Políticos da base do presidente disseram, depois desses episódios, que as tais cartas estariam sendo consideradas como uma manifestação velada, no caso, de Mauro Mendes a Bolsonaro.
Esse seria o “atrito pacificado” entre eles na reunião de ontem. A fonte afirmou ainda que o caminho ficou aberto para eventual aliança com apoio mútuo nas eleições gerais de 2022, mas nada foi acertado.
Bolsonaro ainda estaria em aberto sobre apoio para o Senado. Há dois nomes de Mato Grosso próximos a ele: os deputados federais José Medeiros (PODE) e Neri Geller (PP) – a candidatura deste último passou a ser cogitada.
O senador Wellington Fagundes (PR) também está em busca de lideranças de Mato Grosso para entrar na lista de “candidatos de Bolsonaro”, para um novo mandato.